Hermínio Loureiro, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), afirmou que «ninguém quer acabar com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP)» e defendeu a necessidade de criar uma instituição «forte».

O dirigente, ex-presidente da LPFP, garantiu, à margem do Congresso de Futebol, que até quinta-feira se realiza no Instituto Superior da Maia (ISMAI), que «o futebol português precisa de uma Liga forte» e explicou que «cabe aos clubes organizarem-se nesse sentido».

«Os clubes em Portugal já passaram por momentos de grande dificuldade. E foram sempre capazes de encontrar boas soluções. E eu acredito que é possível encontrar boas soluções e acredito que o futebol precisa de uma Liga forte», referiu o dirigente.

Em resposta às declarações do presidente da LPFP, Mário Figueiredo, e nas quais referia que o Governo está a beneficiar os interesses da FPF com o processo de alteração do Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD), Hermínio Loureiro explicou que «não vale a pena andar a alimentar fantasmas».

«Relativamente ao processo de alteração do RJFD, é um processo que tem vindo a ser discutido ao longo dos tempos. Foi criado um grupo de trabalho, com muitos contributos de muitas instituições. E depois há uma fase em que o governo tem que apresentar uma proposta final. E isso foi feito no Conselho Nacional do Desporto. Agora é tempo para apresentar novas sugestões se elas existirem», começou por explicar Hermínio Loureiro.

O dirigente acrescentou ainda: «O que eu espero é que se consiga encontrar as medidas necessárias para termos um desporto melhor. Porque o modelo que existia no regime jurídico era um modelo fortemente criticado. Temos que todos dar o nosso contributo ao secretário de Estado, ao Governo, para procurarmos um regime jurídico que se adapte melhor às realidades do desporto».

O vice-presidente da Federação esclareceu ainda que «não se trata de um enfraquecimento da modalidade a ou b, da instituição a ou instituição b, porque o futebol português precisa de uma Liga profissional forte, respeitada e que organize as competições profissionais, que seja um fator de união e não um fator de divisão».

«Este anteprojeto resulta de meses e meses de trabalho e de discussão. Nós não podemos agora no final do processo apresentar dúvidas existenciais de um conjunto de matérias que têm vindo a ser discutidas ao longo de meses. A nossa sociedade é bastante conservadora e qualquer coisa que seja mudar em Portugal é muito difícil. E este trabalho de mudança no regime jurídico foi sentido e reclamado por um conjunto significativo de agentes desportivos e de organizações desportivas. E esse é o período da discussão. Não é agora na fase final da decisão que se levantam todas as questões. Há um tempo para decidir. O que eu espero é que as decisões sejam o mais conciliatórias possíveL e convergentes porque o futebol só ganha com isso», acrescentou ainda.