Um ano após a trágica morte de Miklos Féher, o húngaro continua a ter um lugar reservado na memória de Anders Andersson. O médio sueco foi companheiro de quarto de Fehér em alguns estágios do Benfica e ao Maisfutebol falou de coração aberto sobre a dor, que se mantém intacta, pela perda do amigo Miki.
«No início foi muito difícil. Mudei-me para o Belenenses uma semana depois e pensava nele todos os dias. Sentia-me sozinho e triste porque nunca tivera um amigo próximo de mim que tivesse morrido. Foi muito duro e continua a ser difícil pensar no que aconteceu», afirma.
Andersson regressou no passado dia 4 de Dezembro ao estádio onde Fehér morreu. Foi para o jogo da 13ª jornada, que o Vitória de Guimarães ganhou ao Belenenses por 1-0, com golo de Nuno Assis (24m). O médio sueco relembra como foi esse momento: «Antes do Natal fui ao Estádio do Guimarães pela primeira vez depois da trágica morte do Miki e foi uma grande emoção para mim voltar àquele sítio fatídico.»
Desafiado a falar sobre as recordações que guarda de Miklos Féher, os olhos de Anderson começam a brilhar. Um misto de orgulho e profunda tristeza. Orgulho por poder dizer que «o Miki foi um grande amigo», tristeza porque um ano após a morte do jogador húngaro a perda continua a ser muito marcante.
«Lembro-me de tudo. Ele foi meu companheiro de quarto. Brincávamos muito. Ele tinha uma alegria muito positiva. Via sempre o lado bom das coisas. No Benfica estava a passar por uma situação complicada, pois não jogava, e mesmo assim continuava a dar o máximo e a acreditar que o seu momento de glória ia chegar. O que mais recordo é a amizade que tinha com ele. Foi um bom a amigo e nunca o esquecerei», recorda com os olhos cheios de lágrimas e a voz embargada.
Andersson fez questão de marcar presença na cerimónia de apresentação do busto de Miklos Féher, com que o Benfica homenageou o eterno camisola 29. «Não podia deixar de estar presente nesta homenagem. O Miki para além de amigo era um grande homem e o Benfica fez muito bem em lembrá-lo. Portugal deve estar orgulhoso pela atitude que o Benfica teve tanto agora, como na altura em que Fehér morreu», reforça antes de se recusar a proferir mais uma palavra.