A figura: Mossoró

O dínamo do setor intermediário do Sp. Braga, acelerador por excelência, capaz de aparecer em várias zonas do terreno de jogo. Leonardo Jardim dá-lhe liberdade para improvisar, criar soluções onde outros arranjam problemas. Assim, sente-se felizes. Corre com a bola como um jovem, parecendo até correr atrás do tempo perdido, a fugir das lesões e das temporadas no banco de suplentes. Mereceu marcar o terceiro golo dos arsenalistas.

A desilusão: Diogo Rosado

Tem a sua transferência acertada para o Génova, no final da temporada, a custo zero. Ainda assim, nos confrontos mais físicos, parece ainda faltar algo a este Diogo Rosado, jovem formado no Sporting. É demasiado requintado no trato da bola e na abordagem aos lances. Precisa de perder alguns tiques.

O momento: minuto 7

Mossoró tenta furar pelo centro e cai desamparado, muito queixoso. Parece grave. Contudo, a ofensiva do Sp. Braga prossegue. A bola chega a Custódio. Este tabela com Lima, qual extremo e chega a boa posição no flanco direito. Cruza na perfeição, bola na pequena área. Paulo Lopes ainda defende mas Hélder Barbosa emenda a preceito. Sete minutos apenas e o Feirense em desvantagem. Demonstração de poder, confirmada na etapa complementar.

Outros destaques:

Lima

Não dá descanso a Oscar Cardozo. Continua determinado a alcançar a meta dos trinta golos. «Vais chegar aos trinta, vais chegar aos trinta, nosso Lima, vamos chegar aos trinta». Os adeptos cantam e acreditam. Ele vai fazendo por isso. Chegou ao 18º tento na Liga, 23º em todas as competições, acabando de vez com a resistência do Feirense. Aproveitou um mau corte de Stopira e desvio em Salino para bater Paulo Lopes. Pelo meio, lançou mais algumas ameaças.

Hugo Viana

A geometria ao serviço do futebol. Régua e esquadro na mão, pé esquerdo infalível, bola sempre redonda, certa do seu destino. É raro vê-lo errar um passe. Aliás, essa precisão permite ao Sp. Braga acelerar o seu jogo com um/dois toques, queimando etapas no processo ofensivo. Viana recebe e já sabe onde por a bola. Passes de dez, vinte, trinta metros. Irrepreensível. Lamenta-se apenas a crescente tendência para entrar em guerras de palavras com adversários, neste caso com o banco do Feirense. Como capitão, não lhe fica nada bem. Compensa com o bom futebol. Tremenda bomba no quarto tento do Sp. Braga. Um golaço!

Ludovic

Começa a tornar-se repetitivo destacar Ludovic neste Feirense. Porém, é da mais elementar justiça. Quando a equipa se perde e não encontra soluções para incomodar o adversário, procura invariavelmente o pequeno e irrequieto extremo. Por vezes, faz lembrar Rui Barros. É um pequeno grande jogador e merece continuar nos principais palcos do futebol português. Não foi feliz no capítulo da finalização, apenas isso.

Bedi Buval

Ameaçava passar ao lado do jogo, com mérito para a dupla de centrais do Sp.Braga, Douglão e Nuno André Coelho. Costuma ser uma fonte de esperança entre os locais e trata-se, sem dúvida, de um avançado com muito potencial. Ficou abaixo do que pode fazer mas, ainda assim, aproveitou uma desatenção dos adversários para marcar o seu golo, já na reta final. Fica para o currículo.