A Seleção Nacional feminina está reunida na Cidade do Futebol, onde prepara o play-off de acesso ao Euro 2022, em dois jogos decisivos frente à Rússia. O primeiro é já na próxima sexta-feira, no Estádio do Restelo, estando a segunda-mão marcada para a terça-feira seguinte, em Moscovo.

Até lá é tempo de as 25 convocados de Francisco Neto ensaiarem da melhor forma a estratégia para ganhar esta eliminatória, enquanto a estreante Ana Rute cumpre um sonho. A média, de 23 anos, do Condeixa, foi chamada pela primeira vez à seleção principal, depois de ter estado nos sub-17 e sub-19, e admite que está a caminhar nas nuvens.

«Possivelmente, sou a única jogadora não profissional e não remunerada no leque das 25 que estão na Cidade do Futebol. Se, por um lado, isso me deixa mais ansiosa e até nervosa, por outro, faz-me querer mais e focar-me totalmente no meu objetivo, que é fazer com que esta convocatória seja a primeira de muitas», refere.

Licenciada em Gestão e a terminar o Mestrado em Contabilidade e Finanças, Ana Rute trabalha de dia numa empresa familiar e à noite calça as chuteiras para se dedicar à verdadeira paixão no Condeixa. «Ser convocada foi um misto de emoções: alguma ansiedade pela importância dos jogos e, ao mesmo tempo, orgulho pelo trabalho que tenho feito», referiu.

«Esta chamada aconteceu de repente. Foi contar aos mais pais, arranjar as coisas e vir para Lisboa. O meu pai, que é o meu grande fã, ficou radiante. As jogadoras acolheram-me super bem. Na verdade, já as conhecia a todas, pelo menos de vista. A Catarina Amado e a Diana Silva, com quem me cruzei nas seleções jovens, são grandes apoios que tenho cá dentro.»