Dificilmente a FC Porto SAD consegue um resultado positivo sem vender jogadores. Fernando Gomes salientou isso mesmo na apresentação das contas relativas à época 2015/16, com um prejuízo histórico de 58.411 milhões de euros. Porém, a administração está empenhada em alterar o paradigma e inverter a tendência. O FC Porto quer estar menos dependente da venda de jogadores e a solução encontrada foi exposta: reduzir os custos com o pessoal.

No consulado de Julen Lopetegui, os custos do plantel portista, nomeadamente no que diz respeito a salários, aumentaram bastante. Fernando Gomes traduziu isso em números: «Na época 2013/14, os encargos com equipa A (plantel + organizações) andavam à volta de 60 milhões de euros. Hoje estamos nos 100 milhões de euros.»

O dirigente não tem dúvidas: «Inflacionámos muito os salários». E por isso, a SAD quer agir e mudar o paradigma.

Significa isso que o FC Porto vai ter uma equipa de menor qualidade? Gomes acha que não.

«Reduzir os salários não significa perda de competitividade. O que ponderamos é que é possível manter a eficácia e competitividade de uma equipa sem correr riscos. É possível. Temos de ter um acompanhamento maior e mais cuidado com as contratações», apontou.

Esta inversão, contudo, não se consegue fazer de um dia para o outro. «Só à medida que formos rescindindo com os mais caros poderemos substituir por outros mais baratos. Há jogadores que têm contrato e não podemos deixar de os cumprir», explica.

Assim, o clube definiu um prazo de três anos para chegar aos 55 milhões de euros de custo com o pessoal, sendo que, para já, a meta é «reduzir 20 milhões em salários nos próximos dois anos».

Fernando Gomes diz que o FC Porto encontra nesta época o «momento zero» para o futuro do clube. E, apesar desta ideia apontada de baixar salários, não significa que deixará de haver necessidade de vender.

«Vamos continuar a promover jogadores para constituir mais-valia mas não queremos estar na aflição do 30 de agosto para saber se vendemos ou não. Queremos que a venda de jogadores não seja tão imperiosa», resumiu.