Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), anunciou várias mudanças e medidas em «três áreas estruturantes e transversais», depois de «Portugal não ter sido capaz de cumprir o mínimo exigível» no último Campeonato do Mundo. O responsável chegou à conclusão, em conjunto com a equipa técnica de Paulo Bento, que a FPF colocou à disposição da Seleção Nacional « todas as condições de treino e logísticas adequadas» no plano de preparação para a fase final, lembrou que Portugal fez jogos de preparação nos Estados Unidos «como mais de metade dos finalistas» e «escolheu uma cidade no Brasil como a larga maioria das seleções». Gomes garantiu que «nada é inquestionável» e aceita a crítica, mas sente que foram feitas escolhas acertadas.


Reiterando que «quando se perde também não estará tudo mal», a FPF decidiu mexer em três áreas, a área técnica, a área clínica e a regulamentar.

«Dissemos no Brasil que perdendo não estaria tudo mal. Fizemos uma opção consciente e ponderada, com a renovação de contrato com o selecionador nacional até ao Europeu, para que liderasse um necessário processo de transição. Ocupamos o primeiro lugar no ranking da UEFA no que diz respeito às seleções de formação. Acreditamos que estamos a fazer um bom trabalho de formação, com qualidade, e decidimos que era necessário que o selecionador estivesse mais próximo desse processo. Por isso decidimos criar um Gabinete Coordenador Técnico Nacional, que vai contar com Paulo Bento, Ilídio Vale e Rui Jorge, três pessoas competentes e em quem acreditamos para liderar este processo.»

Na área clínica, surge também uma «Unidade de Saúde e Performance». «Depois de 14 anos sem mudanças, decidimos dar um salto em frente e estruturado, na criação de uma unidade que seja referência nacional e internacional. A partir de 2 de setembro teremos um diretor sempre presente nos estágios e jogos, pelo menos da seleção A. A Federação escolheu o doutor José Carlos Noronha. Haverá ainda um médico coordenador, o doutor Paulo Beckert, em colaboração, que será médico de banco para muitas seleções, e que será especialista em medicina desportiva. A complementar esta área, estará ainda o professor João Brito, na área da fisiologia


As mudanças não acabaram aí. «Sentimos que não era suficiente. Temos de estar mais atentos à componente regulamentar. No próximo Fórum vamos propor o aumento dos jogadores formados localmente no Campeonato Nacional de Seniores e estudaremos esse mesmo conceito para os escalões de juniores.  A federação conhece os limites da sua intervenção.»