Uma banda de música, um coreto improvisado, um autocarro descapotável, fogo-de-artifício e milhares de pessoas esperavam Fernando Pimenta à chegada à sua terra natal, Ponte de Lima.

«É uma coisa única, hoje sei o que sente um jogador de futebol. Esta receção é muito melhor do que receber a medalha», afirmou à agência Lusa o canoísta, um dos elementos do K2 1.000 metros que venceu a medalha de prata nos Jogos Olímpicos, durante a sua volta de consagração pelas ruas do centro histórico da vila minhota.
De medalha de prata ao pescoço, mostrando-a todos os que assistiam ao desfile improvisado, Fernando Pimenta esboçava um sorriso, na frente do autocarro, conseguindo sempre aguentar as lágrimas. «Estou feliz, o que posso dizer mais?», desabafava.
Ao seu lado seguia o treinador de sempre, Hélio Lucas. «Não esperávamos este apoio, esta moldura humana. Não fazia ideia que fosse assim, mas o Fernando merece tudo isto e muito mais. Mas por favor ajudem-nos a dar condições para ele treinar», apontava, visivelmente emocionado.
À espera, na praça central de Ponte de Lima, a banda de música da vila animava a concentração de milhares de pessoas que esperavam o atleta. A receção foi feita em êxtase, já depois das 22:00. A autarquia fez questão de receber o atleta em festa, tendo distribuído, pelos populares, 5.000 bandeirinhas com as cores nacionais, para saudar o conterrâneo.
«Tenho o maior orgulho em dizer que sou de Ponte de Lima. Esta medalha é minha e vossa também», afirmou Pimenta, no momento de se dirigir aos milhares que não se cansavam de gritar pelo seu nome.
«Sei que o nosso país atravessa um momento difícil. Mas só posso dizer uma coisa: não desistam dos vossos sonhos, como eu não desisti do meu», atirou.
Pouco depois, com o rio Lima e a ponte românica de fundo, a banda da vila retomava a música, desta vez com o hino nacional, ainda cantado a várias vozes e animado pelo «obrigatório» fogo-de-artifício minhoto.