Atenas, 2002, quase 50 graus no pino do verão. Os treinos de pré-epoca são de sofrimento para todos no Panathinaikos. Para o plantel, claro, e também para a equipa técnica portuguesa. Todos os meios são válidos para lutar contra a desidratação.

Jorge Rosário, ex-assistente de Fernando Santos, conta ao Maisfutebol alguns episódios bem dispostos passados na Grécia. Este é um deles e mete uma bebida de nome curioso: frappé. Fresco, doce, uma bomba de cafeína.

«Como bons portugueses, eu e o Fernando adoramos um café forte. Só que desconhecíamos que nesses dias andávamos a beber mais de 20 por dia», explica, em sorrisos, Rosário.

«Num dos primeiros dias, o nosso roupeiro chegou lá com essa bebida. Bebemos aquilo rapidamente. Com o calor que estava tudo valia. Nós desconhecíamos os ingredientes e aquilo era tão bom que fomos pedindo mais ao funcionário», atira o ex-braço direito de Santos.

LEIA TODA A REPORTAGEM SOBRE FERNANDO SANTOS


«Passámos a beber quatro/cinco copos daquela bebida fantástica todos os dias. Os gregos estranhavam, olhavam para nós e riam-se. Até ao treino em que o pobre roupeiro vem ter connosco e pergunta se estamos bem. É que cada frappé equivalia a cinco/seis cafés. É só fazer as contas».

Jorge Rosário e Fernando Santos passaram a dosear melhor essa relação com o frappé. «Os nossos colegas gregos bebiam um, nós bebíamos os que queríamos. Era por isso que andávamos ligeiramente agitados. Chamavam-nos Mister Frappé».

Na escolha da comida os enganos eram também habituais. Nada insuperável, porém. «Escolhíamos um peixe e vinha outro, queríamos grelhado e vinha frito, não era grave. Eles, os gregos, faziam tudo para nos agradar e é por isso que desejo também ver o Fernando a brilhar no Mundial».

E se a Grécia defrontar Portugal, como vai ser? «Isso mexeria muito com ele. Enfim, se fosse na final e Portugal perdesse, eu ficava só 60 por cento chateado. O Fernando Santos merece tudo».