Fernando Santos em conferência de imprensa realizada após o Espanha-Portugal (1-1), na primeira jornada da fase de grupos da Liga das Nações. Declarações reproduzidas pela Agência Lusa:

«Acho que foi um jogo com grande intensidade, para final de época então foi tremendo em termos da intensidade, com duas equipas que querem ter bola, que procuram ter bola e obrigam o adversário a correr muito. Nesse aspeto a Espanha é uma equipa fortíssima quando tem a bola, é uma equipa com muita paciência, procura sempre desestabilizar o adversário.

Nos primeiros minutos tivemos algumas dificuldades, mas depois penso que começou a ficar muito equilibrado de parte a parte, as duas equipas sempre com o mesmo objetivo, de jogar para ganhar, tentaram de tudo para isso. Acho que até no melhor período, em que o jogo estava mais equilibrado e tínhamos acabado de ter uma excelente oportunidade pelo Leão, acabámos por sofrer um golo de contra-ataque. Sofremos o golo e depois tivemos ali um período em que nos perdemos um pouco. Conseguimos depois, com muita vontade e muita entrega, equilibrar o jogo, mas sempre com alguma dificuldade.

Acho também que nesse período houve alguns momentos do jogo em que nos faltou alguma paciência, como a Espanha teve, de termos a bola, procurarmos encontrar os espaços certos até ao momento de atacar a profundidade. Acho que cometemos esse pequeno pecado, mas é normal, faz parte das circunstâncias, os jogadores também percebem que o Rafael [Leão] tem estado numa forma grande, é um jogador com muita qualidade individual.

Na segunda parte, entrámos claramente melhor, o não é fácil, porque a equipa da Espanha é muito forte, com jogadores muito fortes, como Portugal, que tem jogadores de grande qualidade. Os jogadores tiveram enorme vontade e espírito de sacrifício para tentar dar a volta ao jogo, e fomos fazendo algumas alterações que me foram parecendo importantes.

A entrada do [Gonçalo] Guedes e, depois, do [Ricardo] Horta, que são jogadores muito oportunos a aparecer por dentro e a partir da lateral, permitindo que os laterais pudessem entrar nas costas (...) foi assim que acabámos por fazer o golo. Acho que é um resultado que não é bom nem mau, porque as duas equipas queriam ganhar.

[Cristiano Ronaldo no banco de suplentes] Foi uma opção de gestão, uma opção tática para cada jogo e vai ser assim nestes quatro jogos [da Liga das Nações]. Entendi que para estes jogo era importante ter na fase inicial um jogador com as características do André [Silva], que segura bem, trabalha muito e fecha bem o trinco, que pode fazer algumas coisas que o Cristiano não faz. Da mesma forma que o Cristiano tem muitas outras coisas que faz muito bem, por isso é o melhor jogador do Mundo. Foi uma questão de opção e, como eu disse, vai haver uma rotação grande.»