Contra tudo e contra todos, Luis Enrique apostou numa renovação da seleção espanhola que lhe permitiu recuperar uma nova versão do tiki-taka que, esta quarta-feira, desbaratou por completo a Itália campeã da Europa, na primeira meia-final da Liga das Nações, em San Siro, com uma vitória por 2-1.
Uma vitória categórica de La Roja, com dois golos de Ferran Torres, sobre a squadra azzurra que coloca um ponto final numa série impressionante de 37 jogos sem derrotas que já durava desde outubro de 2018, quando a Itália foi afastada por Portugal, precisamente na primeira edição desta competição da UEFA.
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Apesar das limitações, impostas pelas ausências de jogadores como Pedri, Dani Olmo ou Morata, Luis Enrique montou uma seleção muito jovem que contou, inclusivamente, com o criativo Gavi, médio do Barcelona que passa a destacar-se como o jogador mais jovem a vestir a camisola da seleção principal espanhola. Além de Gavi, Luis Enrique apostou num ataque muito móvel, com o sportinguista Pablo Sarabia e Mikel Oyarzabal a juntarem-se a Ferran Torres.
Um ataque que começou a fazer estragos desde o primeiro minuto, com a Espanha a deslizar em velocidade e com uma grande mobilidade que provocava danos sérios na defesa dos campeões da Europa. O primeiro golo, aos 17 minutos, foi, assim, em velocidade, com Oyarzabal a descer pelo flanco esquerdo e a cruzar para a finalização do jovem avançado do Manchester City na passada. Muito simples e eficaz.
A Itália não tinha soluções para travar a velocidade de La Roja e, logo após o golo, Donnarumma viu-se ao papéis para segurar um remate de Alonso, com a bola a ir ao poste antes de Bonucci cortar definitivamente o lance. Por falar em Bonucci, o central da Juventus, que já tinha visto um cartão amarelo, por protestos, viu um segundo amarelo e acabou expulso ainda antes do intervalo, deixando a equipa de Mancini ainda em maior aperto.
A jogar contra dez, a Espanha teve ainda mais espaço para jogar em velocidade e ao primeiro toque e foi assim que acabou por chegar ao segundo golo, novamente com assistência de Oyarzabal e finalização de Ferran Torres. Um lance todo desenhado ao primeiro toque a deixar a defesa azul completamente fora do lance.
Mancini procurou depois reorganizar a sua equipa no segundo tempo, com a entrada de Chiellini, com a Itália a jogar numa linha com três centrais, mas foi a Espanha que continuou a mandar no jogo e a criar sucessivas oportunidades de golo, com Alonso também em destaque sobre o flanco. A Espanha não chegou ao terceiro e a Itália acabou por ganhar uma nova vida, aos 83 minutos, na primeira oportunidade clara que teve na partida: transição rápida conduzida por Chiesa que, na ponta final, perante a saída de Unai Simon, acabou por oferecer o golo a Pellegrini.
A Itália voltava a acreditar, mas logo a seguir a Espanha esteve muito perto de sentenciar a eliminatória, num lance desenhado por Sergi Roberto. Não houve mais golos e é a Espanha que reserva um lugar na final do próximo domingo, à espera do vencedor da segunda eliminatória que, esta quinta-feira, vai opor a Bélgica à França.
Mas para a história fica o ponto final à impressionante série da Itália que, além de não perder um jogo oficial desde 2018 (37 jogos), também não perdia um jogo oficial em casa há 21 anos, desde que a Dinamarca venceu, em Nápoles, por 3-2, em jogo da fase de qualificação para o Euro2000. Era outro século, ainda...