O presidente da FIFA, Sepp Blatter, afirmou esta quinta-feira que o organismo máximo do futebol adoptou finalmente o Código Mundial Antidopagem (CMA). As mudanças dos estatutos foram aprovadas por 199 votos a favor e dois contra, no 56º Congresso Mundial da FIFA.
A FIFA era o único grande organismo desportivo que ainda não tinha adoptado o CMA e as negociações com a Agência Mundial Antidopagem (AMA) decorriam desde Abril. Com este acordo, a FIFA segue a sugestão do Tribunal Arbitral do Desporto e evita sanções que poderiam ir até à exclusão do futebol dos Jogos Olímpicos.
«Estou muito satisfeito por termos adoptado o código da AMA», afirmou Blatter à agência Reuters. Uma satisfação partilhada também por Jacques Rogge, presidente do Comité Olímpico Internacional: «Quero agradecer à FIFA por ter finalmente aprovado os estatutos referentes ao doping, permitindo assim que todo o desporto possa agora cumprir o código antidopagem da AMA.»
De acordo com a AMA, «o código tem por finalidade a promoção da luta antidopagem através da harmonização universal dos principais elementos ligados à luta antidopagem.»
Os estatutos do organismo que gere o futebol mundial vão manter o princípio da análise individual da cada caso, o que permite, segundo o vice-presidente da FIFA, David Will, alguma flexibilidade para aumentar ou diminuir sanções conforme a gravidade dos casos.
O código antidopagem da AMA prevê uma sanção de 24 meses para os jogadores que testem positivo pela primeira vez. A FIFA vai, contudo, ter uma palavra a dizer em cada caso. «Se não for para aumentar a performance desportiva, então, a sanção poderá ser reduzida para um aviso no caso da primeira ofensa», exemplificou David Will. O vice-presidente acrescentou ainda que a FIFA poderá atenuar as penas para metade nos casos em que se provar que «não houve culpa ou negligência».
Os estatutos do órgão que regula o futebol mundial permitem também que a AMA apresente recurso ao Tribunal Arbitral do Desporto nos casos em que achar necessário.