O futebol nacional não está bem e não se recomenda, de acordo com o presidente do Sindicato de Jogadores, Joaquim Evangelista, que esta sexta-feira, por ocasião do fórum que decorre em Santarém, alertou para a especial atenção que a FIFA está a dispensar ao mercado de transferências português.
«Tive conhecimento que a FIFA está a controlar todos os contratos de transferências de agentes e de que Portugal está nessa lista. Não são todos os países, mas por alguma razão Portugal está. Se a FIFA entende que se devem controlar as transferências no futebol português é porque existem dúvidas na forma como elas são geradas», criticou o dirigente.
A transparência é, por isso, palavra-chave na opinião do sindicalista, de modo a colocar um ponto final no clima de suspeição, muito por culpa dos dirigentes: «Actualmente, discute-se ao nível da política a falta de transparência e a corrupção, mas no futebol não nos podemos esquecer que existe no momento um processo que, aparentemente, está silenciado chamado Apito Dourado. Portanto, o futebol não está neste processo de cabeça levantada, acho que há muita gente com peso na consciência. Esta ideia de que o dirigente está no futebol por carolice, que é uma missão, na maioria dos casos não é verdade. Quem vem para o futebol tem de declarar o que ganhava antes e o que ganhou depois. É uma medida concreta. Não podem ser só os árbitros.»
Sobre a corrupção e o Apito Dourado, Joaquim Evangelista disse para não lhe pedirem para «concretizar» como aconteceu com o bastonário da Ordem dos Advogados, pois «os relatos são públicos». «As grelhas da Federação, os quinhentinhos, o caso Artur Jorge, entre outros, são situações que todos conhecemos. Ainda há dias saiu um livro com a história toda do Apito Dourado. Se há condenações ou não isso é outra história, mas temos obrigação de discutir na generalidade o que queremos para o futebol português», concluiu.