O presidente demissionário da FIFA, o suíço Joseph Blatter, garantiu que vai evitar «viagens de risco», enquanto o caso de corrupção que afeta o organismo que tutela o futebol mundial não esteja clarificado.

«Até que tudo esteja clarificado, não farei qualquer viagem de risco», disse Blatter, em entrevista ao jornal alemão Welt am Sontag.

Blatter apresentou a demissão poucos dias depois de ser reeleito para um quinto mandato à frente da FIFA, na sequência de um caso de corrupção, investigado pelas autoridades norte-americanas e que levou à detenção de vários dirigentes e ex-dirigentes do organismo.

O presidente da FIFA vai estar este domingo ausente da final do Mundial feminino, que se disputa no Canadá, justificando com «razões pessoais», tendo também falhado o encontro decisivo do Mundial sub-20, na Nova Zelândia.

Contudo, o suíço vai estar presente no sorteio da fase de qualificação para o Mundial 2018, no fim de julho, na Rússia.

Na entrevista ao jornal alemão, Blatter voltou a falar da atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar, respetivamente.

«Antes da atribuição dos Mundiais ao Qatar e à Rússia houve duas intervenções políticas. Os senhores [Nicolas] Sarkozy e [Christian) Wulff [presidentes da França e da Alemanha na altura] tentaram influenciar os seus delegados», disse.

Ainda de acordo com Blatter, à federação alemã «foi pedido [por Wulff] que votasse no Qatar devido a interesses económicos».