[Atualizado]

Portugal foi eliminado nos quartos de final do Mundial sub-20, ao perder com o Uruguai no desempate da marca de grande penalidade (4-5), depois de um empate a duas bolas.

A equipa de Emílio Peixe esteve duas vezes em vantagem, mas a formação sul-americana conseguiu restabelecer a igualdade em duas ocasiões e acabou por ser mais eficaz na marca de onze metros. Santiago Mele vestiu o papel de herói ao parar três remates dos jogadores de Portugal.

O selecionador nacional seguiu a velha máxima de «em equipa que ganha não se mexe» e repetiu, pela primeira vez neste Campeonato do Mundo, o onze para o desafio frente ao Uruguai.

O encontro com a seleção sul-americana revelava-se como o teste mais difícil para a seleção portuguesa até ao momento. Campeões sul-americanos, a formação celeste apresentava-se nesta fase da competição sem nenhum golo sofrido e sem ter averbado qualquer derrota. E, mais importante que tudo, sem nunca ter perdido uma partida oficial frente a Portugal neste escalão.

Disposta a alterar o curso de anos de História, a seleção das «quinas» entrou a todo o gás e marcou na primeira oportunidade do encontro. 55 segundos! Foi o tempo que Portugal levou a inaugurar o marcador. Passe açucarado de Xadas a isolar Xande Silva que, conjugando frieza e classe, picou à saída do guarda-redes Santiago Mele.

Portugal demonstrava confiança e acima de tudo, capacidade de ter a bola e colocar a equipa adversária em sentido. Com o decorrer dos minutos, o Uruguai começou a entrar no jogo e a equilibrar o encontro. Diogo Costa impediu que Schiappacasse - um dos melhores do lado celeste - igualasse a contenda. Igualdade essa que se concretizou no final do primeiro quarto de hora.

Canto no lado esquerdo do ataque do Uruguai, má abordagem ao lance por parte do guarda-redes português, com a bola a sobrar para Canobbio que atirou ao ferro. Na recarga, Santiago Bueno não desperdiçou e repôs o empate.

A igualdade mudou o jogo. Os espaços começaram a escassear e, apenas o pé esquerdo de Bruno Xadas e a inteligência de Pedro Rodrigues eram capazes de encontrar o caminho para a baliza de Santiago Mele. Perante tamanho equilíbrio e, quiçá, algum receio de arriscar, coube a Diogo Gonçalves, num grande momento de inspiração, desatar o nó que se desenhava no encontro. Condução da esquerda para o espaço interior, olhos na baliza, bola colada à ponta da bota e remate para o poste mais distante da baliza uruguaia. Um golo magistral do maior agitador do encontro do lado português.

FILME DO JOGO

Ao intervalo, Portugal estava com pé e meio nas meias-finais do Campeonato do Mundo. Contudo, e como o futebol é pródigo neste tipo de situações, tudo mudou nos primeiros cinco minutos da segunda metade.

Lance na área de Portugal com Jorge Fernandes a derrubar o adversário em falta. Grande penalidade convertida por Federico Valverde, jogador do Real Madrid. Uma vez mais, o plano individual a ser o fator diferenciador no encontro.

A partir da segunda igualdade, o jogo voltou a pautar pelo equilíbrio com Portugal a pegar as rédeas do jogo. Por sua vez, o Uruguai assumiu uma postura expetante, na tentativa de aproveitar uma falha do conjunto luso. E apenas espaços, o marcador esteve perto de se alterar.

Bruno Xadas à bomba - mais um jogo com nota alta - tentou resolver a favor de Portugal. Ao cair do pano foi o recém-entrado Gedson a tentar repetir a tentativa do colega de seleção, mas desta feita, Santiago Mele evitou o terceiro golo de Portugal.

Ainda que Portugal tenha continuado por cima, no prolongamento não houve lugar a lances que ficassem na retina. Recheado de paragens quer para substituições, quer para ser prestada assistência a vários jogadores, o segundo semifinalista ia ser conhecido através da marca de grandes penalidades.

À semelhança do que tinha acontecido durante o tempo regulamentar, o desempate através da marca dos onze metros marcado por um grande equilíbrio. Após um igualdade a três, foram os uruguaios que tiveram a primeira oportunidade de arrumar a questão do apuramento, mas Amaral atirou para as nuvens. Portugal dispôs de igual situação, mas José Gomes permitiu a defesa a Santiago Mele. À segunda, Santiago Bueno – uma espécie de carrasco para as cores portuguesas – concretizou e selou o apuramento para o Uruguai.

Tal como em 2015 na Nova Zelândia, repetiu-se a História. Portugal voltou a não ser mais competente que o adversário no desempate através da marcação de grandes penalidades e ficou pelo caminho. A incapacidade em bater a seleção sul-americana nesta categoria continua.

Por sua vez, o Uruguai vai defrontar a Venezuela que bateu, este domingo, a congénere dos Estados Unidos por 2-1, no prolongamento.