A experiência com vídeo-árbitro no Mundial de Clubes tem gerado imensas críticas e, depois da hesitação no golo de Cristiano Ronaldo frente ao América, validado corretamente após algumas dúvidas, multiplicaram-se as queixas em Espanha.

Massimo Busacca, diretor de arbitragem da FIFA e antigo árbitro de futebol, defendeu o sistema e explicou algumas das dúvidas que têm sido levantadas.

«O objetivo do vídeo-árbitro é que nenhuma equipa perca injustamente por causa de uma decisão de arbitragem. Se a tecnologia for bem aplicada, não haverá mais injustiças no futebol. Como aconteceu com Espanha na Coreia», lembrou, referindo-se ao polémico jogo com os anfitriões do Mundial 2002. «Não teriam esperado cinco minutos por uma decisão? Não queremos que uma equipa seja afastada de um Mundial por causa de um erro de arbitragem. Nem dormimos de noite», afirmou.

O primeiro caso a despertar polémica foi o penálti assinalado a favor do Kashima Antlers frente ao Atlético Nacional, na primeira meia-final. Não estaria o jogador que sofreu a falta em fora de jogo? Busacca defende a decisão: «Foi correta.»

«Não havia fora de jogo porque o assistente não marcou. No vídeo só se pode analisar um fora de jogo caso a jogada acabe em golo ou em penálti», explicou.

Detalhando o que pode, então, analisar o vídeo-árbitro, Busacca referiu: «Um golo, um penálti, uma expulsão ou uma agressão. Não podem ser os jogadores a pedir o vídeo-árbitro. Estariam sempre a fazê-lo e não havia futebol.»

Sobre o golo de Cristiano Ronaldo, o segundo caso polémico do Mundial de Clubes, Busacca salientou que foi outra decisão correta e explicou a indecisão: «O assistente teve dúvidas se Ronaldo estava em jogo e perguntou. Viram o lance duas vezes para ter a certeza e isso demorou um pouco.»

O dirigente finalizou dizendo que o objetivo é afinar o vídeo-árbitro até ao Mundial da Rússia, que será o primeiro grande evento a usar o sistema.