Ricardo Quaresma tarda em justificar a verba que o Inter investiu nele, mas no seio do plantel dos «nerazzurri» pede-se tempo para o ex-jogador do F.C. Porto. Os compatriotas têm sido aqueles que mais têm defendido o «Harry Potter». Depois de Mourinho, agora foi Figo.
«Nem todos conseguem adaptar-se logo a um novo mundo. O Ricardo, nos treinos, é um jogador diferente, e o futebol italiano é diferente do português e do espanhol: para um avançado há menos espaços, é mais difícil. É preciso um pouco de paciência, e ele tem de estar bem fisicamente. A qualidade não se perde», disse o antigo internacional português.
Figo deu uma entrevista à «Gazzetta dello Sport», na qual falou também de Mourinho. «Quando o conheci era um aluno, agora podemos dizer que é um mestre. Está mais esperto, em particular no relacionamento com os jogadores, mas a pessoa é a mesma, o carácter é o mesmo», disse o número 7 do Inter, antes de explicar mais uma vez o segredo do técnico: «Mourinho é um de nós. Está próximo, defende-te e comunica.»
Perto de regressar à equipa, depois de longa paragem por lesão, Figo confessou ainda que ponderou pendurar as chuteiras: «Pensei nisso, mas abandonei essa ideia rapidamente. Pensei que era melhor lesionar-me no início da época do que no final. Assim ainda tenho tempo de ajudar o Inter.»
As últimas exibições de Zlatan Ibrahimovic têm levado algumas pessoas ligadas ao Inter a falar de uma candidatura à Bola de Ouro de 2009. Mourinho disse que, para além da qualidade, era preciso também uma boa campanha. Figo concorda, mas diz que não precisou disso para ganhar. «Eu ganhei sem nenhuma campanha, e por ser português, foi ainda mais difícil. Mas é verdade. Algumas coisas influenciam, embora aquilo que conte mais é vencer uma competição importante: por isso estaremos todos felizes se ajudarmos o Zlatan», disse.
A cumprir a quarta época em Itália, e ao serviço do Inter, Figo foi ainda questionado sobre os seis anos de prisão que foram pedidos para Luciano Moggi, antigo dirigente da Juventus. «É pouco, mas quem decide são os tribunais. Só sei que ele esteve no futebol muitos anos, por isso seis anos não chegam para aquilo que fez. Mas nesta altura já não me interessa: é passado. É bom para escrever livros», respondeu o português.