Segundo classificado no ranking absoluto do Maisfutebol ( 92 pontos, média de 3,2), Mauro Goicoechea voltou a ser fundamental para o Arouca. No triunfo em Penafiel, o uruguaio foi uma verdadeira muralha da antiguidade. Granítica, inexpugnável.

«Reagiu muito bem a um desvio de Guedes após livre cobrado em força por Braga; viu Mbala surgir sem oposição na área e fez da melhor forma a mancha; na etapa complementar, idêntica eficácia, destacando-se as intervenções após livre de João Martins e remate violento de Rabiola».

Mauro Goicoechea recebeu esta avaliação e nota máxima do jornalista Vitor Hugo Alvarenga, responsável pela cobertura do Penafiel-Arouca.

É, com evidente mérito, a Figura da Jornada para o nosso jornal.

«Foi o meu melhor jogo em Portugal. Ainda por cima o Arouca venceu. Ficámos todos mais aliviados», diz Mauro Goicoechea, em entrevista ao Maisfutebol, no day-after de «uma exibição perfeita».
 

Mauro Goicoechea num jogo contra o FC Porto

Basta olhar para o currículo e percebemos, de imediato, que não estamos a falar de um atleta qualquer. Internacional pelo Uruguai nas camadas jovens, presenças em Mundiais de sub17 e sub20, formação no Danubio e transferência para o Velho Continente aos 25 anos.

15 jogos oficiais ao serviço da AS Roma (Stekelenburg e Lobont eram os outros guarda-redes) na época de batismo europeu, mais 15 nos romenos do Otelul Galati e a chegada a Arouca no verão de 2014.

Na Cidade Eterna, um erro grosseiro numa derrota frente ao Cagliari (2-4) afastou-o da baliza e dos planos do clube italiano. Em Portugal, a aposta parece estar definitivamente ganha.

«Estou a fazer as coisas bem e estou muito feliz pela minha opção em vir para Portugal. Faltam cinco jogos, será muito duro, mas o Arouca tem de ficar na primeira divisão», acrescenta o portero uruguaio, no seguimento de uma vitória importantíssima em casa de um opositor direto.

«Jackson e Jonas foram os melhores avançados que defrontei»

Guedes e Rabiola, avançados do Penafiel, deram-lhe «muito trabalho» no Estádio 25 de abril, mas não foram os avançados mais duros que Goicoechea encontrou em Portugal.

«O Jackson Martinez é um dos melhores que já defrontei. O Jonas também tem uma qualidade incrível», considera Goicoechea, cujo ídolo é Gigi Buffon, como já confessara anteriormente ao nosso jornal.

«Sim, o Buffon, mas antes dele o Fabian Carini (74 vezes internacional, ex-guarda-redes de Inter Milão e Juventus) era o meu grande herói. Inspiro-me nos dois para tentar ser todos os dias melhor»
.

Mauro Goicoechea tem mais um ano de ligação ao Arouca, embora a continuidade no clube não seja um dado adquirido. Sobre o futuro, Mauro prefere não falar muito, por agora, até por respeito ao atual clube.

«Gosto de jogar no Arouca. É um emblema onde impera a tranquilidade, onde as pessoas se relacionam bem. O grupo é bom e o treinador também», sublinha Goicoechea, fazendo vários elogios a Pedro Emanuel.

«É jovem, está a fazer um bom trabalho e dá-me muita confiança. Está a construir uma bela carreira. Vai ser um grande técnico».  

«Estive em dois Mundiais jovens, por isso sonho com a seleção A»

Mauro Goicoechea habituou-se a representar o Uruguai na adolescência. Em 2005 marcou presença no Mundial de sub17, realizado no Peru, e em 2007 no Campeonato Mundial de sub20, organizado pelo Canadá.

Nessa prova foi eliminado nos oitavos de final, aos pés dos EUA, e defrontou, por exemplo, a Espanha, onde estavam Gerard Piqué, Adrián López, Diego Capel e Juan Mata.

Falta-lhe chegar à seleção A. «É um sonho assumido, tenho essa meta na minha cabeça. Fiz um bom percurso nas seleções jovens, estive em Mundiais, mas infelizmente não cheguei à seleção principal. Se o selecionador (Oscar Tábarez) me contatou alguma vez? Não, nunca. Tenho de continuar a trabalhar e a jogar bem».

Nem o selecionador, nem a comunicação social do Uruguai. Mauro Goicoechea explica que o único jogador a merecer honras destaques nos media do seu país é Maxi Pereira.

«Ele é que vai à seleção, por isso é normal. No futuro espero que também queiram saber mais sobre mim».