Foi a 9 de setembro de 2000.

Portugal digeria ainda a frustrante eliminação no Europeu, ao mesmo tempo que despertava para o fenómeno Big Brother. O Sporting era campeão em título e contratava João Vieira Pinto, dispensado pelo velho rival Benfica. Muito poucos apostariam no Boavista para lhe suceder.

José Mourinho era, ainda, apenas alguém que tinha sido adjunto de Bobby Robson e Van Gaal e decidira deixar Barcelona à procura de uma oportunidade. Só havia uma Playstation e pagava-se tudo em escudos.

O FC Porto, que falhara o hexa, procurava um novo Jardel, que partira para o Galatasaray. Tinha ganho ao Benfica a abrir a Liga, algo impossível nos dias de hoje face aos condicionalismos do sorteio, mas a eliminação na 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, às mãos do Anderlecht, e a derrota com o Belenenses, na 2ª ronda, fizeram soar o alarme.

Era preciso um goleador, pois Pizzi e Maric não estavam a ter a mais fácil das adaptações. Chegou um brasileiro, do Palmeiras. Reinivaldo de Jesus. Pena para o futebol. Impacto imediato.




Fernando Santos, agora selecionador nacional, lançou Pena a titular no jogo da 3ª jornada, nas Antas, frente ao Paços de Ferreira de José Mota. Em menos de meia hora marcou dois golos. Os adeptos ficaram convencidos.

Pudera. Até este sábado, 12 de setembro de 2015, mais nenhum outro jogador fez semelhante coisa no jogo de estreia. A honra coube, agora,  a Jesus Corona.

O mexicano é a figura da jornada para ao Maisfutebol, mesmo não tendo sido o jogador com a nota mais alta. Até porque houve quem estivesse, também, em bom plano nesta 4º ronda. Jonas, do Benfica, à cabeça. Mas também o seu companheiro Mitroglou ou os maritimistas Dyego Sousa e Ghazaryan. Todos bisaram.

O que torna Corona especial é mesmo o tal impacto imediato. Para se ter uma ideia, e comparando com os crónicos rivais portistas, entre Pena e Corona, ninguém no Benfica conseguiu semelhante coisa na estreia.

No Sporting, contudo, o cenário é diferente. E nem é preciso recuar muito no tempo. Freddy Montero, no primeiro jogo oficial com a camisola verde e branca, fez ainda melhor: um hat-trick. Foi em Alvalade, frente ao Arouca, na 1ª jornada da Liga 2013/14. Os leões golearam por 5-1.

Só quatro dragões mais rápidos no gatilho

Para ajudar a enquadrar o feito de Jesus Corona, o Maisfutebol pesquisou também sobre a rapidez com que chegou o primeiro golo. É que o mexicano já festejava com apenas 15 minutos em campo com a camisola azul e branca (ou só branca...).

Corona recebeu perto da área, descaído para a direita, viu Aboubakar a fugir e endossou-lhe a bola. Mas o reforço, contratado ao Twente, não parou. Deu continuidade ao movimento, entrou na área, e empurrou para a baliza quando o camaronês devolveu para o centro de calcanhar.

Tinha marcado no segundo jogo que fez pelo Twente (Groningen, em setembro de 2013), fez ainda melhor no novo desafio da carreira.

E, analisando novamente o período temporal entre o «bis» de Pena e o seu, percebe-se que foi o quinto dragão mais rápido a disparar o gatilho no primeiro jogo.

Os mais rápidos a marcar na estreia pelo FC Porto desde 2000:

1. Licá (V. Guimarães, Supertaça, 2012): 5 minutos
2. Benny McCarthy (Ac. Viseu, Taça de Portugal, 2002): 6 minutos
3. Ruben Neves (Marítimo, Liga, 2014): 11 minutos
4. Pena (P. Ferreira, Liga, 2000): 14 minutos
5. Jesus Corona (Arouca, Liga, 2015): 15 minutos

Licá, o golo mais rápido de um reforço portista no sec. XXI: