Lideranças praticamente intactas. A Europa do futebol viu uma semana bastante estável nos primeiros lugares, embora na Alemanha haja novo líder: no entanto, ninguém fica surpreso por ele ser o Bayern Munique. Em França também o Nice se manteve, tal como o Real Madrid, o Chelsea e a Juventus: os bianconeri jogaram um dérbi, mas ao contrário do que acontecia cá, já sabiam que ficavam com o primeiro posto.

Num fim de semana em que Cristiano Ronaldo descansou, houve outros especialistas do golo em ação. E é por eles que vemos sábado e domingo, numa viagem da Europa até à América do Sul.

Inglaterra e Jamie Vardy

A cosmética entrou em campo no King Power Stadium. Os golos de Kolarov e Nolito disfarçaram as negras que o campeão Leicester aplicou ao Manchester City (4-2). A equipa de Pep Guardiola chegou a estar a perder por 4-0. A história é contada por Jamie Vardy: o goleador dos Foxes fez o primeiro hat-trick em 85 jogos de Premier League. Esse feito único, a juntar ao golo de Andy King, serviu para derrotar o riquíssimo e candidato ao título ManCity. E também para fazer de Vardy o melhor marcador do Leicester na Premier League, com 34 golos, mais um do que Emile Heskey e Muzzy Izzet.

Numa liga que tem o Chelsea como líder - vai numa sequência de nove vitórias para o campeonato - há a destacar também que aumentou para 96 o número de nacionalidades a faturar na Premier League. Esse valor é alcançado por causa do primeiro golo arménio da prova. O autor foi, claro, Henrikh Mkhitaryan. Um golo que redundou na primeira vitória de José Mourinho, como treinador do Manchester United, sobre uma equipa do top5 da tabela, na Premier League.

Mkhitaryan celebra: United tinha perdido com Chelsea e ManCity, e empatado com Arsenal e Liverpool, mas o Tottenham caiu

Há ainda o facto de o Liverpool ter empatado em casa com o West Ham. Os londrinos marcaram por Payet e Antonio, que pela primeira vez faturou sem ser de cabeça. Uma curiosidade, também: primeira vez na temporada que não houve vitórias fora no primeiro escalão inglês.

Alemanha e a emergência de Müller

999. Número de emergência em Inglaterra, número de minutos que Thomas Müller esteve sem marcar pelo Bayern Munique.

Os bávaros golearam o Wolfsburgo por 5-0, com o outro especialista de meter a bola na baliza a fazer dois golos no jogo: pela 34ª ocasião, Lewandowski faturou mais do que uma vez num só jogo da Bundesliga.

Aos 76 minutos do jogo com o Wolfsburgo, Thomas Müller faturou por fim

Evidentemente que a goleada do Bayern tem melhor sabor pela derrota do Leipzig, que era líder isolado…e pelo empate do Dortmund. O Colónia não faturava há muito tempo e só o golo 50 de Marco Reus evitou pior para a formação de Tuchel.

Espanha e o minuto «90 e Ramos»

O líder vai para o Mundial de Clubes com a mesma distância que saiu do Clássico com o Barcelona. A «Marca» chamou-lhe «minuto 90 e Ramos», pois foi o capitão do Real Madrid que pela enésima vez veio em resgate da equipa no tempo de compensação. Um especialista dos descontos que salvou três pontos frente a um Corunha que até à beirinha do fim esteve a vencer no Bernabéu por 2-1. Caiu pela cabeça de Sergio Ramos.

Provavelmente, o golo nos descontos mais importante de Sergio Ramos foi aquele que fez na Luz, na final da Champions com o At. Madrid.

O Barcelona tinha metido pressão de novo, com o triunfo em Pamplona (3-0). Suárez começou a obra frente ao Osasuna, Lionel Messi terminou-a: o internacional argentino chegou aos 22 golos na época. Com Cristiano Ronaldo a assistir de camarote à vitória do Real Madrid, Messi (11 golos) ultrapassou-o como Pichichi de La Liga e Suárez igualou o português (10 golos).

Cavani como Messi

Em França, também houve novidades no golo: Radamel Falcao habituou a não ser notícia por aqueles que fatura, mas a verdade é que não fazia um hat-trick há muito, muito tempo. Com três do colombiano e um de Sidibé, o Mónaco sentou-se no trono da Ligue 1 por uma noite…

Quatro anos depois, Radamel Falcao Garcia fez um hat-trick

Até que em Paris chegou o jogo grande. O líder Nice foi até ao Parque dos Príncipes defrontar o PSG. Esteve a vencer por 2-0, Unai Emery deve ter visto a continuidade no clube da capital por um fio, mas Paris tem um novo rei do golo: Edinson Cavani bisou e com isso igualou os 22 golos que Lionel Messi também tem na época. São os únicos na Europa dita dos cinco grandes campeonatos.

Itália e um previsível Higuaín

Em Itália, João Mário também foi especialista do golo: duas assistências para a vitória do Inter sobre o Génova (2-0). Mas o destaque vai para um belga e um argentino.

Dries Mertens fez um hat-trick pelo Nápoles, que goleou o Cagliari; não é a primeira vez que o belga marca três pelo clube italiano.

Gonzalo Higuaín marcou outra vez ao Torino

Já mais expectável era o Torino sofrer um golo de Higuaín. No dérbi da cidade, a Juventus esteve a perder, mas venceu por 3-1. Pjanic fez o último dos bianconeri, depois de o argentino marcar dois ao rival de Turim. Higuaín leva sete golos ao Torino nas sete vezes que defrontou o clube na Serie A, entre Juve e Nápoles. Previsível, portanto.

Argentina

Previsível nunca é, porém, o Superclássico da Argentina. River-Boca, desta vez no Monumental de Buenos Aires. A jornada mais mediática e fervorosa do futebol do país, e talvez da América do Sul, levou os Xeneizes a vencerem o rival em terreno alheio por 2-4. Foi a primeira derrota dos Millonarios em casa, no campeonato, e deu-se, sobretudo, graças a um velho goleador: Carlitos Tévez.

Carlitos Tévez resolveu o Superclássico

El Apache conseguiu um feito que nenhum jogador do Boca alcançou nos últimos 14 anos: bisar frente ao River, no Monumental. Num campeonato com 30 equipas, Carlitos deixou os Millonarios bem longe do topo.

Brasil, a queda de um grande

O Internacional de Porto Alegre. Foi campeão do Mundo de Clubes, ao bater o Barcelona. Conquistou Libertadores, o Brasileirão e teve na história alguns goleadores de renome: Alexandre Pato, Rafael Sóbis, Leandro Damião, Nilmar, Diego Forlán e maior que todos estes Dadá Maravilha! Agora caiu na Série B.

Acontece pela primeira vez na história do Colorado. E o Brasil já só tem quatro equipas que nunca desceram ao segundo escalão: São Paulo, Flamengo, Cruzeiro e Santos, de Pelé, o goleador-rei.