Milan-Benfica, 1-0

23 de maio de 1990

Estádio Prater, em Viena

Dois anos depois o Benfica voltava a uma final europeia, desta vez claramente como não favorito. O adversário era o grande Milan de Arrigo Sacchi, campeão europeu em título.

«Era simplesmente um dos melhores meio-campos de sempre no futebol europeu. Tinha Gullit, Rijkaard, Ancelotti... E os outros também eram todos estrelas», recorda Valdo no livro Sport Europa e Benfica do Maisfutebol, ainda capaz de citar de cor o onze do Milan. Galli; Baresi, Tassoti, Costacurta, Maldini; Colombo, Ancelotti; Rijkaard, Gullit e Evani; Van Basten.

Ainda assim o Benfica, de novo com Sven-Goran Eriksson no banco, chegava à decisão. Estava lá depois da épica meia-final com o Marselha, decidida na Luz com a mão de Vata e 120 mil adeptos a gritarem «Bernardette», em resposta a uma provocação do presidente clube francês, Bernard Tapie,

Na final o Benfica foi ganhando confiança com o passar dos minutos no Prater, o palco onde o F.C. Porto tinha sido campeão europeu três anos antes. Resistiu os primeiros 45 minutos. «O Milan era forte, mas até fizemos uma boa primeira parte. E ao intervalo senti que podíamos batê-los. Nunca com facilidade, claro, mas podia acontecer.»

Para isso era preciso que o Benfica tivesse conseguido fazer algo mais do que um par de remates, numa final que foi também ela muito tática. Tudo iria decidir-se num golo, percebeu-se com o avançar do jogo. E assim foi. Aos 68m, Van Basten lançou Rijkaard. Frente a Silvino, o holandês não falhou.

Eriksson ainda fez entrar Vata, mas a sorte não bateu duas vezes. O Milan era bicampeão, o Benfica perdia a sexta final da sua história. Mas caiu perante a grande equipa do momento, e era a segunda de duas finais europeias em três anos. Ninguém podia imaginar que vinha aí o período mais longo da história do clube longe de uma grande decisão, quase um quarto de século. Chega ao fim agora em Amesterdão, 23 anos depois.

Onze do Benfica: Silvino «cap»; José Carlos, Ricardo, Aldair e Samuel; Hernâni e Thern; Vítor Paneira (Vata, 75m), Valdo e Pacheco (César Brito, 58m); Magnusson