A propósito do falecimento de Eusébio,  Maisfutebol  homenageia o «Pantera Negra» recuperando alguns textos anteriormente publicados sobre as suas proezas.

«Toda a gente fala da final de Amesterdão, mas o Benfica-Real Madrid da Taça dos Campeões Europeus de 1964/65 foi, sem dúvida, um dos melhores jogos da minha vida», afirmou em 2006 Eusébio em depoimento para o livro «Sport Europa e Benfica», do Maisfutebol. Se Eusébio o diz, vale a pena continuar a lê-lo.

«É normal que os jogadores tenham preferência por esta ou aquela exibição. Essa é a minha, entre tantos jogos que fiz pelo Benfica. Marcou-me muito porque consegui voltar a fazer dois golos ao Real Madrid, mas desta vez não houve penalties, foi de bola corrida, o que é bem melhor. Esmagar o Real Madrid, que ainda tinha jogadores como Santamaria, Puskas e Gento, por 5-1, na Luz, com 85 mil pessoas a ver foi mágico. Estava cheio o estádio, e ainda tinha uma bancada metálica para poder levar mais gente. Não cabia mais ninguém ali. Estava um grande ambiente! Fantástico! Marcou-me ainda mais porque nesse mesmo ano ganhei a Bola de Ouro e porque a Seleção Nacional se qualificou para o Mundial de Inglaterra».

Lido Eusébio, o jogo.

Com Elek Schwatz ao comando, esse Benfica era uma máquina goleadora. O Aris e o La Chaux-de-Fonds tinham sido despachados com chapa cinco na Luz. Alguém acreditava que o cenário pudesse repetir-se frente ao grande Real Madrid? «Quando o autocarro chegou à Luz as pessoas batiam no vidro de mão aberta e gritavam hoje são mais cinco!», contou António Simões no livro.

E foram. Aos 25 minutos já o Benfica ganhava por 3-0, com dois golos de Eusébio, o primeiro espantoso. Na segunda parte houve mais três, só um espanhol. A Luz esvaziava-se ao som do refrão «Eusébio es un fenómeno!», entoado da bancada de imprensa aos adeptos na mais distante Europa.

Jogaram estes nos 5-1 ao Real Madrid, a 24 de fevereiro de 1965: Costa Pereira; Cavém, Germano, Raul e Cruz; Peridis e Coluna «cap»; José Augusto, Torres, Eusébio e Simões. Além dos dois golos de Eusébio marcaram também José Augusto, Simões e Coluna.