O Flamengo é atualmente treinado por Paulo Sousa, mas há outro português que quer (voltar a) liderar o banco do mengão: Jorge Jesus.

Isso mesmo assumiu o antigo técnico do Benfica numa conversa descontraída com Renato Mauricio Prado, jornalista do UOL Esporte, enquanto os dois assistiam ao empate da equipa do Rio de Janeiro frente ao Talleres.

«Quero voltar, sim. Mas não depende só de mim. Posso esperar pelo menos até ao dia 20 de maio. Depois disso, tenho de decidir a minha vida», afirmou.

«Esta equipa ainda mexe comigo. Incomoda-me vê-la em dificuldades. Tenho a certeza que se eu tivesse continuado teríamos conseguido uma longa hegemonia aqui [Brasil]. Estávamos bem à frente dos restantes clubes», prosseguiu.

Jesus disse depois que decidiu deixar o Flamengo e voltar aos encarnados devido à pandemia e ao convite do «presidente do Benfica [na altura Luís Filipe Vieira], um velho amigo», e garantiu que não recebeu qualquer proposta formal para regressar à equipa brasileira em dezembro de 2021, quando os dirigentes Marcos Braz e Bruno Spindel estiveram em Portugal a negociar com Paulo Sousa.

«A conversa foi superficial e em momento algum recebi um convite ou sequer me perguntaram se queria voltar. E aquele era um momento difícil, pois se pedisse a demissão do Benfica teria de pagar uma multa de dez milhões de euros. Por isso tinha sugerido irem a Portugal só no final de janeiro, quando a situação sria mais fácil para negociar. Mas quiseram ir em dezembro e a sensação que tenho é que, quando me visitaram, já tinham tomado a decisão de contratar o Paulo Sousa. Foram apenas cumprir uma obrigação social comigo.»

«Foram [Marcos Braz e Bruno Spindel] ver um jogo do Benfica num camarote do FC Porto, deram várias entrevistas, criaram uma balbúrdia desnecessária. Se me quisessem mesmo, teriam ido em janeiro, como sugeri, e podíamos ter chegado a acordo», acrescentou.

Os convites recusados e a seleção brasileira

O treinador de 67 anos revelou ainda ter recebido propostas, além do Fenerbahçe, de Atlético Mineiro, Corinthians e Fluminense. Em relação às equipas brasileiras, recusou todos os convites devido à lealdade com o Flamengo.

«No Brasil, só me interessa treinar o Flamengo. Já basta o que sofri, em Portugal, por trocar o Benfica pelo Sporting», lembrou.

E a seleção brasileira? «Treinar a seleção do Brasil seria um sonho. É o tipo de convite irrecusável.»