Jorge Jesus era, esta madrugada, um treinador satisfeito. 35 anos depois, o Flamengo volta a uma meia final da Libertadores, após um empate em casa do Internacional (1-1).

Apesar de reconhecer que a formação rubro-negra «falhou algumas oportunidades que não pode perder», o treinador português afirmou: «Não só fomos a melhor equipa, somos melhor equipa. Os jogadores do flamengo estão de parabéns».

O momento é de festa, mas o técnico avisa que ainda nada está ganho. «É importante para qualquer equipa passar às finais, seja da Libertadores, Champions... Também é nosso objetivo, trabalhamos para isso. Mas não ganhámos nada, só passámos uma eliminatória.»

«Temos um objetivo que é chegar à final. Passo a passo, faltam dois jogos. Continuamos serenos, conscientes das dificuldades, humildes. Esta eliminatória foi mais um passo que demos para estar na final. Nada mais do que isso», apontou.

«Queremos muito estar no Chile [na final], mas percebemos que não é fácil. O próximo adversário também pensa no mesmo tem mais experiência do que nós em relação a isso, já estiveram várias vezes lá», disse Jesus, não querendo falar já no jogo com o Grêmio, da meia-final.

«A próxima eliminatória ainda demora muito tempo. Neste momento estou a pensar é no jogo com o Palmeiras.»

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Mas também há tempo para festejar. «Vamos desfrutar um pouco dessa passagem com os adeptos», apontou o técnico, já esquecido de alguns apertos que passou com «a torcida» rubro-negra. «A partir do momento que cheguei, os adeptos têm sido incansáveis, têm projetado a equipa para o êxito».

Jorge Jesus continuou os elogios aos adeptos do Flamengo. «Estou na maior torcida do Brasil… eu acho que estou na maior torcida do mundo. Duvido que haja algum clube tenha tantos adeptos, tanta paixão. E a sensação de garantir a meia-final é boa, é um dos grandes sonhos do clube, dos adeptos.»

Questionado sobre a diferença entre disputar a Champions League e Libertadores, Jesus começou por responder «nenhuma», mas adiantou depois: «A paixão nestes jogos é muito maior. Na Europa os estádios também estão cheios, mas os adeptos não têm o calor do jogo como aqui no Brasil. Isto tem sido a minha surpresa. Já conhecia o futebol brasileiro, mas não sabia que era assim tanto. A paixão pelo futebol, mas respeitando adversários, uns aos outros... Isso é que é bonito. E para terminar essa caminhada, o mais bonito que pretendemos é estar no Chile».

Questionado sobre as declarações de Renato Gaúcho, que diz que o Grêmio joga o melhor futebol do Brasil, Jorge Jesus afirmou.

«Aceito a opinião do treinador do Grémio, é a opinião dele. Se falarmos no campeonato, não é. Quem joga melhor é quem vai à frente. Não há ninguém que jogue melhor e esteja atrás. Na Libertadores, aí sim, está ainda na frente e na Copa do Brasil também lá está. Mas jogar melhor é subjetivo. Uma coisa é jogar bonito, outra é melhor. Mas aceito a opinião dele. Para mim, quem joga melhor é o Flamengo.»