1 de Maio de 1994. Passaram-se quinze anos. Os brasileiros, em geral, e os amantes de Fórmula 1, em particular, não esquecem esta data. Marca o fim de um reinado, marca a partida de um herói canarinho: Ayrton Senna saiu de cena nesse dia, definitivamente.
Senna, menino bonito da Fórmula 1 brasileira, talvez até da Fórmula 1 mundial, faleceu há quinze anos, na pista de Imola. Diz quem viu que é impossível de esquecer o momento em que o carro do prodigioso condutor embateu no muro de Tamburello. E muita gente viu. A prova, o Grande Prémio de S.Marino, estava a ser transmitida na televisão em directo.
Senna entrou na Fórmula 1 em 1984. Assinou pela Toleman, após ter conquistado títulos na Fórmula Ford 1600 e 2000 e na Fórmula 3 inglesa. No ano seguinte, o brasileiro já tinha oferecido a sua qualidade à Lotus. Foi ao serviço desta equipa que Ayrton venceu o seu primeiro Grande Prémio, no Estoril, em Portugal. A pista molhada no circuito nacional parece ter dado asas a Senna. Venceu categoricamente, finalmente, ao contrário do que vinha acontecendo devido a abandonos forçados ou pequenos acidentes. As críticas ao brasileiro subiam de tom nessa altura. Senna calou-as com cinco pódios seguidos. Até chegar a Imola¿
O circuito de S.Mariano não é dos mais fáceis, assumem os especialistas da modalidade. Só não era esperado ser tão maldito. Num único fim-de-semana, sucederam-se os acidentes e duas pessoas morreram. Primeiro, o piloto austríaco Roland Ratzenberger, na última sessão de treinos. Depois, o ídolo brasileiro das corridas de automóvel.
Senna corria a mais de 300km/h quando embateu no muro de betão, na sétima volta, junto à famosa curva Tamburello. Saiu directo para um hospital de Bolonha, onde foi dado como morto por lesões cerebrais.
A Fórmula 1 chorou a perda. O desporto mundial também. Mas as consciências despertaram para os perigos e nasceram as medidas de segurança necessárias, apertou-se o controlo, melhoraram-se organizações e meios de apoio à modalidade.
O jornal brasileiro Folha de São Paulo apresenta nesta sexta-feira um estudo da empresa de consultoria Ibope que aponta Senna como o maior ídolo dos jovens brasileiros. 57% dos inquiridos entre os 15 e os 19 anos, 390 rapazes e raparigas, nomearam o malogrado piloto como a personalidade que tomam como exemplo.
O homem tinha 34 anos quando partiu. Ficou o mito.