O piloto britânico Lewis Hamilton relativizou esta sexta-feira a utilização de joalharia por parte dos pilotos da Fórmula 1, entendendo que há assuntos mais importantes no desporto e que a proibição dos acessórios é um retrocesso.

O heptacampeão do mundo, da equipa Mercedes, já tinha mostrado oposição à ideia no passado recente e, esta sexta-feira, na conferência de imprensa de antevisão ao Grande Prémio de Miami, nos Estados Unidos, vincou a sua posição quanto ao assunto: surgiu perante a comunicação social com três relógios, além de brincos, vários colares ao pescoço e anéis nos dedos das duas mãos.

«Definitivamente uso joias e não poderia colocar mais hoje. Sinto que é um passo atrás no desporto. Há coisas mais importantes com que nos preocuparmos no desporto», afirmou Hamilton.

As palavras do vice-campeão do mundo de 2021, que ocupa atualmente o sétimo lugar do campeonato, surgem depois de uma atualização documental emitida na quinta-feira a todas as equipas, por parte do diretor de corrida da Fórmula 1, Niels Wittich, que já tinha reprovado o uso de joias e apelado à roupa interior que fosse de acordo com os requisitos da Federação Internacional do Automóvel (FIA).

«O uso de joias na forma de piercing ou correntes de metal no pescoço é proibido durante a competição e, portanto, deve ser verificado antes do início», enfatizou Wittich, detalhando que as joias podem, entre outros aspetos, ficar presas ou reduzir a eficácia da resistência das roupas dos pilotos face a chamas.

Hamilton foi mais longe e mostrou-se preparado para falhar o GP de Miami se lhe aplicarem alguma proibição devido aos acessórios em causa. O britânico disse que tinha dois piercings em zonas que seriam difíceis de remover. «Há um que eu não posso explicar onde está», apontou.

«É platina o que eu tenho, não é magnético. Nunca foi um problema de segurança no passado. Em 16 anos, fiz várias ressonâncias magnéticas e não tive de tirar a platina. Se me impedirem, que assim seja. Temos um piloto de reserva, por isso estamos todos prontos e preparados para o fim-de-semana», referiu, mostrando-se disponível para falar com o presidente da FIA, Mohammed Bin Sulayem.