Jaime Pacheco, campeão pelo Boavista em 2001, foi uma das estrelas da manhã do segundo do dia do Fórum Treinador Futebol/Futsal, que hoje termina na Maia.

O evento, organizado pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol, reúne quase 700 inscritos, entre técnicos de nome firmado, jovens treinadores, alunos e outros agentes desportivos.

Em painel dedicado aos «Treinadores no Estrangeiro: semelhanças e diferenças a nível internacional», Jaime Pacheco contou histórias interessantes sobre as experiências em Espanha (Maiorca), Arábia Saudita (Al Shabab) e, mais recentemente, China (Beijing Guoan) e não teve dúvidas em afirmar: «Os treinadores portugueses podem ser bem-sucedidos em qualquer lado do Mundo».

Pacheco lembrou que já «passou por tudo no futebol». «Comecei no distrital, estive nos melhores clubes portugueses, emigrei, estive em Espanha, Arábia, China... Adoro futebol, mas gostava que o futebol português fosse melhor. Digo mais: o futebol português tinha a obrigação de ser melhor».

Insistindo nessa tese, Pacheco foi muito duro para quem «diz mal do futebol português». «Não façam isso, estão a estragar o vosso produto. Eu, o Calisto, tantos outros técnicos portugueses lá fora, trabalhámos muito para ter a nossa oportunidade. Ao dizerem mal do futebol português, estão a tirar-nos trabalho».

Pacheco até deu o exemplo do presidente do Sporting: «Até pode nalguns casos ter as suas razões para fazer as suas queixas. Mas ao ter aquele tipo de discurso, está a fazer mal ao futebol e, por arrasto, a todos nós».

Na mesma linha, Henrique Calito contou a sua experiência no Vietname. E lembrou: «Fui selecionador em 2001 e depois mais tarde em 2007. Quando rebentou o Apito Dourado, eles diziam-me: ‘Afinal lá no teu país há corrupção, há batota...’ Isso é péssimo par aa imagem do futebol português no exterior. Com a globalização da informação, tudo se sabe. Nunca se esqueçam disso».

Helena Costa, treinadora de futebol feminino, contou também a sua experiência no Qatar e no Irão. E reforçou: «Houve nessas zonas uma moda do futebol português há uns anos por causa do Mourinho. Depois foi mais a Espanha e, mais recentemente, estão a virar-se para os alemães... É, por isso, fundamental que a Seleção e os clubes portugueses tenham sucesso, para abrir portas aos portugueses lá fora».