A Associação de Futebol de Braga comunicou, esta sexta-feira, que no limite não vai impedir a aprovação dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, apesar de manter a convicção que os estatutos são ilícitos. Também lamenta o papel do governo em todo o processo.

A associação liderada por Carlos Coutada reuniu-se e aprovou por unanimidade um comunicado em que frisa que, mesmo «consciente que não defende bons instrumentos para o futebol nacional, no limite, não obstaculizará a viabilização dos referidos documentos». Continua: «Nunca seremos uma força que colocará em causa os superiores interesses dos nossos clubes e selecções».

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Apesar da flexibilidade, alerta que até à reunião magna podem surgir outros elementos e que só nessa altura vai tomar a decisão final: «Continuaremos a defender outro regime jurídico e outros estatutos, outro regimento eleitoral enquanto estivermos convictos da ilicitude destes documentos».

A AF Braga lembra que a discordância não tem que ver com «divergências com a FIFA ou UEFA, mas com desconformidades à Constituição da República Portuguesa». Lamentou ainda a «indiferença, sobranceria e indisponibilidade» com que o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, o ministro da tutela, Pedro Silva Pereira, e os partidos políticos» tiveram para apreciar a sua opinião.

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A não aprovação dos estatutos pode levar a FIFA e a UEFA a suspender a participação das selecções e clubes portugueses em competições internacionais. A posição da AF Braga pode ser decisiva na aprovação na Assembleia-Geral em que são necessários 75 por cento dos votos para aprovação dos estatutos.

Na Assembleia-Geral de 29 de Janeiro, o projecto foi chumbado pela terceira vez, com 29,4 por cento de votos desfavoráveis, incluindo os cinco por cento correspondentes à AF de Braga.