O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, encaminhou as suspeitas de irregularidades ou de crimes para as instâncias competentes, disse esta sexta-feira fonte oficial do organismo à agência Lusa, a propósito do recente «caso das SMS».

Esta reação surge depois de o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ter revelado a alegada partilha de SMS do atual presidente da FPF, na altura em que presidiu à Liga de Clubes, entre o diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e o ex-presidente da Assembleia-Geral da Liga, Carlos Deus Pereira.

À Lusa, a mesma fonte assegurou que Fernando Gomes tem «pulso firme», mas não trata os assuntos na «praça pública».

«Desde o primeiro dia do seu mandato na FPF, Fernando Gomes tem feito um trabalho silencioso, mas eficaz, para defender a verdade desportiva. Sempre que tem conhecimento de qualquer informação ou facto que possa indiciar irregularidades ou práticas criminais, o presidente da FPF encaminhou esses dados para as entidades policiais, de investigação ou para os órgãos de justiça desportiva»

«Este combate, que tem sido feito de forma discreta, mas com pulso firme, não é feito na praça pública, mas nas instâncias adequadas, com competência para apurar a verdade dos factos», disse a fonte federativa, acrescentando que «Fernando Gomes contratou o sistema de prevenção e monitorização que permite detetar os jogos viciados em função das apostas desportivas».

Em comunicado enviado à Lusa, Carlos Deus Pereira lamentou o recurso a «criativos e maliciosos», demarcando-se do «teor de pretensas comunicações», acrescentando que voltará a pronunciar-se «nos locais próprios e quando entender oportuno».

Recorde-se que antes das SMS, Francisco J. Marques já tinha revelado emails de responsáveis do Benfica, casos de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira, sobre árbitros e delegados da Liga e também com o ex-presidente da Liga Mário Figueiredo, acusando os encarnados de influência sobre os árbitros.