Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, apresentou nesta terça-feira a candidatura à liderança da Federação Portuguesa de Futebol.

O líder da AFL apresentou três eixos basilares, garantiu que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido sob a égide de Fernando Gomes nos últimos 13 anos e apontou algumas críticas a Pedro Proença, presidente da Liga de clubes e provável opositor nas eleições.

«Sou candidato à presidência da FPF por convicção, sentido de dever e compromisso. Estou empenhado em servir o futebol português, essa é a minha única ambição. A FPF serve para abrir caminhos, encontrar soluções, apontar novos rumos para o futebol, e não para servir a quem a preside. A presidência da FPF não é um ponto de partida para ambições desmedidas e utópicas, nem um trampolim para organizações internacionais ou meramente instrumental para o ego de quem apenas pensa no seu umbigo», frisou.

Nuno Lobo partilhou ainda três das principais propostas do programa eleitoral: a construção de uma delegação da FPF e de uma Cidade do Futebol descentralizada, no norte do país, o reforço no apoio à profissionalização de todos os 29 sócios ordinários da FPF, de cinco milhões de euros, e a criação de um Fundo de Emergência para p futebol profissional e não profissional de 15 milhões de euros para aumentar a competitividade.

E acrescentou, ainda em alusão a Pedro Proença. «Não estou há dois anos a fazer campanha encapotada com recursos que são de clubes profissionais de futebol. Não tenho o aparelho da instituição a que presido a trabalhar para mim. Não peço a nenhuma associação de futebol para me elogiar. O problema de quem se comporta assim é o excesso de ambição, gastos, prémios e convites que não ligam com a transparência e ética que um candidato à presidência da FPF deve ter e defender de forma intransigente», apontou.

Para Nuno Lobo, uma eventual eleição de Proença é uma «ameaça de regressão» a tudo o que o futebol português alcançou durante os mandatos de Fernando Gomes. E reforçou os elogios ao trabalho desenvolvido em todas as latitudes do futebol, ao contrário do que, entende, tem acontecido no futebol profissional, sob a alçada da Liga.

«O futebol tutelado pela federação é pujante, com seleções respeitadas e temidas no futebol masculino, no futsal masculino e feminino, no futebol de praia e com o futebol feminino em crescimento e desenvolvimento. Mas temos o outro lado da moeda, que respeita ao futebol profissional. Perdemos competitividade, as sociedades desportivas estão descapitalizadas, quadros competitivos e infraestruturas desajustados e a II Liga é inviável financeiramente. Temos de reverter esta preocupante situação», referiu.

«Nesta candidatura, não oferecemos nada a ninguém, para além de seriedade, força e determinação para gerir os destinos da nossa federação. Candidatam-se todos os que comigo acreditam que podemos somar e continuar a melhorar o futebol português. Se ganhar, a minha presidência não excluirá ninguém. Comigo não haverá vencedores e vencidos, ao contrário de outros que, mesmo antes da eleição se dar, já excluem os que não o apoiam. Todos somos poucos para construir um caminho de sucesso», acrescentou ainda.

Nuno Lobo está na presidência da AF Lisboa desde 2012. Não detalhou quais os clubes e as associações que o apoiam, mas garantiu que tem vários apoios de ambas as partes e disse que pretende manter Roberto Martínez no cargo de selecionador e o setor da arbitragem dentro da FPF.