Não foi um «adieu», mas quase. O México deu um passo firme rumo aos «oitavos», juntando-se ao Uruguai no topo da classificação do Grupo A, com quatro pontos e precisa apenas de um empate na última ronda para seguir em frente. A França, por seu lado, voltou a ficar em branco e, agora, precisa de um milagre com muitos golos. O jogo até estava equilibrado, mas Javier Aguirre bateu Raymond Domenech aos pontos quando avançou com uma alteração táctica que destroçou os «Bleus».

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Raymond Domenech, apesar das muitas criticas de que foi alvo, depois do insonso empate com o Uruguai (0-0), fez apenas uma alteração na frente de ataque, devolvendo a titularidade a Malouda em detrimento de Gourcouff. Javier Aguirre, por seu lado, também manteve a confiança no onze que tinha empatado com a África do Sul (1-1), trocando apenas Aguillar por Osorio no lado direito da defesa. O jogo começou com um ritmo elevado, com os Bleus balanceados para o ataque e o México a responder em contra-ataque. Os primeiros quinze minutos foram intensos, com as equipas a encontrarem muito espaço para evoluir, mas depois dos primeiros sustos, as formações fecharam-se melhor e o ritmo baixou.

A França assumiu as rédeas do jogo, o México consentiu esse domínio para depois explorar o muito espaço que a equipa de Domenech deixava nas suas costas, explorando a velocidade de Guillermo Franco, Carlos Vela e de Giovanni dos Santos. Os Bleus tinham mais bola, mas a verdade é que as melhores oportunidades pertenceram à selecção «azteca», com particular destaque para uma iniciativa individual de Salcido na direita. Até ao intervalo, uma contrariedade para Aguirre que teve de trocar Vela (lesionado) por Barrera. Toulalan também viu um cartão amarelo que o afasta do terceiro jogo com a África do Sul.

A segunda parte começou da mesma forma, com a França a tentar manter o comando do jogo, mas com um México cada vez mais acutilante. Javier Aguirre aproveitou a ascensão moral da sua equipa e reforçou o ataque com a entrada de Javier Hernandes, o «menino de ouro» do futebol mexicano que já tem contrato com o Manchester United. O México ficou apenas com dois médios e quatro jogadores de características ofensivas. A ousadia de Aguirre acabou por ser recompensada, quando, lançado por Márquez, Hernandez escapou à defesa francesa que travou à espera de um fora-de-jogo que não foi assinalado. O jovem avançado foi por ali fora e atirou a contar para um golo que fica registado para a história como o golo 2.100 dos Mundiais .

Esperava-se uma reacção da França que estava, agora, numa situação ainda mais delicada. Mas foi o México, galvanizado, que continuou a carregar com mais eficácia. Uma investida de Barrera foi travada por um carrinho de Abidal na área e, na conversão da grande penalidade, o veterano Cuauhtemoc Blanco fez o segundo para os «aztecas» Um segundo golo que acabou de vez com todas as aspirações dos franceses. Henry e Cissé estavam prontos para entrar, mas voltaram para o «quentinho» dos cobertores. Em campo, os Bleus já não queriam nada com o jogo.

A França ainda não está afastada, mas já não depende de si própria e terá esperar por um milagre e, talvez mais difícil, marcar muitos golos para seguir em frente. México e Uruguai precisam de empatar para confirmar a presença nos «oitavos».

Classificação do Grupo A