A Naval pode viajar da Figueira até à Luz de autocarro mas Francisco Chaló promete que o deixará na garagem do estádio e não usará uma táctica ultra-defensiva para enfrentar o Benfica, neste sábado à noite. Pelo contrário, o técnico quer uma equipa capaz de ocupar os espaços quando não tem a bola, mas virada para o golo sempre que a situação se inverter, por mais respeito que os «encarnados» lhe mereçam.
«A única coisa que é certa é a morte. Em tudo o mais não pode haver certezas. Mal será do profissional que parte para um jogo sem a ambição de pelo menos tentar ganhá-lo e dar o seu melhor. É evidente que o Benfica é uma grande instituição, o expoente máximo do futebol português, mas há sempre um mas... e esperamos que esse seja um mas do tamanho do mundo. Vamos lutar para que a infelicidade esteja do lado do nosso adversário», considera o treinador navalista.
A forma como a sua equipa irá apresentar-se na Luz não tem segredos. Chaló quer que os seus jogadores enfrentem os adversários de olhos nos olhos e deixa um aviso claro às águias: «Vamos ter uma Naval que interpretará bem a lei do jogo: quando não tiver a bola tentará recuperá-la e quando a tiver saberá o que fazer com ela, dando-lhe o sentido da baliza do Benfica. A minha equipa não tem perfil dos STCP ou da Carris. O futebol é dinâmico e, pelo respeito que me merecem os meus jogadores, todos saberão que com a bola o caminho mais certo é a baliza do Benfica»
No entender do treinador da Naval há algo que pode jogar a favor das suas cores: o Benfica estará mais preocupado com o Milan, em jogo da Liga dos Campeões e menos concentrado na partida deste sábado. «Já fizeram saber que o jogo com a Naval não é muito importante. A cartada decisiva é em São Siro. Há jogadores que, caso tenham uma infelicidade amanhã, ficarão privados de se mostrar num grande palco», defende Chaló, para quem esta postura não irá retirar a pressão sobre a sua equipa: «Se ganharmos, serão três pontos iguais a quaisquer outros, frente a qualquer adversário.»
A ambição do técnico vai ao ponto de não conseguir, pelo menos antes do jogo, definir se um empate já seria bom. «Dependerá da forma como decorrer o encontro. Se tivermos feito um grande jogo e tido mais oportunidade do que o Benfica, se calhar não iria ficar satisfeito», advoga.
Paragem foi benéfica
A paragem do Campeonato permitiu à Naval, 13ª classificada, com apenas dois pontos, ganhar um pouco mais de entrosamento e identificação num plantel que registou elevado número de mudanças. Por isso, Chaló acredita que tem agora uma equipa «mais forte» e capaz de fazer a melhor exibição da época. «Resultados, ninguém pode garantir, mas atitude e determinação não faltará. Basta ter disposição e isso eu sinto da parte da minha equipa», finalizou.