Aí está o momento decisivo.

Terminado o jogo da passada sexta-feira, o nosso seleccionador, entre várias situações, falou de um aspecto importante, com dois jogos decisivos num espaço tão curto: a recuperação do desgaste físico e emocional do primeiro embate.

Sem dúvida que esta é uma
preocupação de Paulo Bento, mas acredito que qualquer eventual limitação é superada pelo enorme desejo de estar presente no Mundial. Acredito que estaremos nas melhores condições. Afinal, faltam apenas 90 minutos para podermos marcar a viagem para o Brasil.

Em Lisboa, o resultado pecou por escasso e lá vamos nós para o frio de Estocolmo com os níveis de motivação em alta mas, espero eu, em alerta, porque nada foi conquistado. Ainda só passou uma parte do jogo. Na Suécia teremos um jogo diferente.

Eles nada têm a perder e aquela postura defensiva, com um bloco baixo, à espera dos portugueses e na esperança que Ibrahimovic fizesse um golo, não vai acontecer. Então o que podemos esperar?

Seguramente algo diferente do que a Suécia apresentou em Lisboa, mas de que forma?

Teremos uma Suécia, face à vantagem mínima da equipa portuguesa, menos defensiva mas na mesma preocupada, equilibrada e ir arriscando no decorrer do jogo, na esperança de marcar um golo e empatar a eliminatória? Ou aparecerá uma Suécia a entrar forte, determinada e fazendo uso do seu jogo directo, para tentar marcar rapidamente? Acredito mais nesta segunda hipótese.

Privilegiando o jogo directo para os avançados e o apoio da linha média para as segundas bolas próximas da área adversária. Entrada forte, com intensidade e logo na procura do golo. E aqui os minutos iniciais serão importantes. Precisa-se de uma rápida adaptação da selecção portuguesa e usar as nossas armas para travar o ímpeto sueco.

Com um jogo menos fechado por parte da Suécia, haverá oportunidades para transições rápidas. Mais espaço, profundidade nas costas da defesa sueca e aí Ronaldo e Nani poderão ser importantes na resolução deste jogo.

E o nosso comportamento, qual deve ser?

De certeza que os jogadores já estão preparados para as várias situações a serem apresentadas pela Suécia. A nossa abordagem passa por manter uma boa organização, sempre concentrados. No mínimo ter a mesma intensidade e agressividade colocada em cada lance que os suecos. E quando pressionarmos que o façamos como equipa, nunca numa acção individual que normalmente está sujeita ao insucesso. E convém não esquecer as bolas paradas. A importância que assumem e como podem ser determinantes no jogo. Já todos sabemos que este é um momento forte dos suecos e aqui não há margem para erro. Temos de ser fortes, agressivos, jogar junto do adversário e atacar a bola, porque somos nós que temos de ganhar.

Estamos apenas no intervalo de uma eliminatória. O maior erro é pensar que aquilo que a Suécia apresentou no jogo da Luz, por estratégia, por alguma incapacidade ou pela nossa resposta e qualidade de jogo, é o seu real valor. Esta selecção vale naturalmente mais e partindo deste princípio, e com isso em mente, tornaremos a nossa tarefa menos complicada e o objectivo que se pretende mais fácil de atingir.

E como será importante marcar. Neste tipo de situações, numa prova a eliminar, a importância do(s) golo(s) fora assume por vezes, um carácter decisivo. Bem sei o que isso é, vivi-o como jogador e dirigente. Não é por acaso que o desejo do seleccionador sueco passava por marcar em Lisboa. Não marcou e somos nós agora que o queremos fazer em Estocolmo.

Moutinho dizia no final da partida «que apesar da vantagem mínima, não vamos à Suécia para defender porque esse não é o nosso estilo de jogo». Tem razão. Estamos em vantagem e temos de estar cientes disso mas não apáticos à espera que o tempo passe. Para isso é preciso usar as nossas qualidades e aquilo que fazemos melhor. Ter bola, fazer boa circulação, retirar-lhes os espaços, evitar o jogo directo e mantê-los longe da nossa área, porque com a sua aproximação, o perigo espreita.

«Vamos lá para tentar marcar e procurar a vitória», também disse. Eles têm de correr atrás do resultado e nós vamos ter espaço para criar desequilíbrios. Vamos levar o jogo para onde queremos e aproveitar as fragilidades defensivas que eles apresentam, para marcar. Eu acredito que estaremos no Mundial.

Força Portugal!