Uma questão de solidariedade. Na primeira acção pública da «Fundação Vítor Baía 99», o guarda-redes do F.C. Porto decidiu ajudar a unidade de pediatria do Instituto Português de Oncologia do Porto, doando quatro monitores de sinais vitais, que irão preencher uma grande lacuna existente naquele espaço de saúde.
Recebido em festa pelas dezenas de pessoas que faziam questão em cumprimentar o seu ídolo, maioritariamente mulheres, Baía não escondeu o sentimento de felicidade por poder começar a beneficiar as crianças mais necessitadas através da sua Fundação, isto para além de a nível pessoal já ter praticado outro tipo de iniciativas do género. O investimento em cada máquina da marca Datex Ohmeda está avaliado entre 10 a 15 mil euros e vem permitir que as 24 camas da unidade tenham uma melhor resposta nos casos mais críticos, tendo em consideração que o aparelho serve para controlar os parâmetros vitais da criança doente.
Baía estava orgulhoso. «Estou feliz por poder colmatar uma carência da pediatria do IPO do Porto e acima de tudo por ver que isso pode fazer feliz muitas crianças, que possam ter o atendimento que merecem. Enche-me de orgulho e satisfação», confessou, explicando que como representante da fundação teve de divulgar a iniciativa, que espera ser «a primeira de muitas, não só a nível da cidade do Porto, mas em todo o país». Estão, aliás, programadas outras acções do género, que deverão ser tornadas públicas muito em breve.
O jogador é um habitual visitante das crianças do IPO e por isso voltou a deixar uma mensagem de esperança. «Espero que seja um exemplo para outras pessoas que também podem ajudar. Já o fazia a título pessoal, por isso porque não utilizar uma organização sólida e com gente capaz, capitalizando a minha imagem? Porque não ajudando de uma forma mais abrangente, sabendo que posso chegar a mais sítios? É com esse espírito que irei continuar a promover acções de solidariedade», abordou.
Felizes da vida estavam, igualmente, o administrador do IPO, Artur Osório, e a directora clínica, Lucília Norton, que não se cansaram de elogiar o gesto do guarda-redes, falando mesmo em «carinho e amor». «Esta oferta é muito grande, não só sob o seu ponto de vista material, mas também pelo significado. Uma pessoa dedicada ao futebol dar um bocado de si a estas crianças é muito importante para nós», agradeceu o administrador, que não escondeu carências: «Temos sempre grande necessidade, porque o que o Estado dá muitas vezes não chega, mas sabemos que o coração de Vítor Baía é grande. Estou muito feliz pelas crianças».
Agradecendo várias vezes a atitude do jogador, Artur Osório disse que a instituição «está bem equipada, mas fica melhor com o valor destas ofertas», por isso acha que o gesto «devia multiplicar-se». «O nosso coração está sempre junto de si com este gesto», transmitiu finalmente a Vítor Baía em pleno «lobby» do Instituto.