Rogelio Gabriel Funes Mori é o mais recente reforço do Benfica e isso desencadeou uma onda de reações...na Argentina.

El Mellizo, alcunha que vem do facto de ter um irmão gémeo, Rogerio, estreou-se pelo River Plate em 2009 e é fã de Hernán Crespo. Prometeu muito, mas a hinchada do Millonario desiludiu-se ao ponto de nas redes sociais aplaudir o facto de o ponta de lança ir embora, mesmo que haja opiniões que auguram um bom futuro a FM9.

É público e sabido que o interesse do Benfica em Funes Mori já vem do segundo ano de Jorge Jesus ao leme da equipa. Em 2010/11, os encarnados interessaram-se pelo ponta de lança. Fizeram proposta e acabaram a dizer que se cansaram do «vai e vém» das negociações. Desistiram.

O pai dos gémeos do River Plate teve uma declaração curiosa, mas, na altura, também se falou de que o negócio abortara por interferência do FC Porto. Ora, André Villas-Boas era o treinador no Dragão e da cadeira de sonho opinou sobre Funes Mori.

A história futebolística do Mellizo começa com uma mudança na vida da família. Em 2001, os Funes Mori, de Mendoza, foram viver para o Texas, EUA. Mais tarde, em 2008, Rogelio participou num reality show, com o futebol como tema: o «Sueño MLS». Venceu o concurso e ficou a jogar no FC Dallas, o clube da cidade em que vivia.

Reza a pesquisa que depois treinou no Chelsea e foi aí, no clube de Stamford Bridge, que o River Plate o terá descoberto. O regresso a casa foi acordado e um ano depois de ter sido estrela de TV, Funes Mori estava a estrear-se pela equipa principal de um dos mais históricos clubes da Argentina e do Mundo. Ao terceiro jogo com a camisola do Millonario marcou o primeiro golo da carreira profissional.

«Tinha-o levado ao Mundial, é como Higuaín aos 19 anos»

Estávamos em 2009, havia Campeonato do Mundo em 2010. Funes Mori era um rapaz que dava os primeiros passos na maioridade e marcava os primeiros golos pelo River Pate. Mas havia quem em maio desse ano de mundial o pedisse na seleção de Maradona para a África do Sul.

E quem foi? Um dos ídolos argentinos de todos os tempos, um símbolo do River Plate e o presidente do clube de Nuñez ainda neste dia: Daniel Passarella. Nesse maio de 2010, o «Kaiser» confessou uma conversa com Maradona, um inimigo de quase toda a vida por questões antigas relativas a 1986, e pelo meio atirou:

«O meu 9 seria Funes Mori. Eu, em lugar de Maradona, teria levado Funes Mori. Custa-lhe fazer golos no River mas está em processo de adaptação à primeira divisão. Se fosse ao Mundial com a seleção valeria 25 milhões de euros. Em comparação com o [Gonzalo] Higuaín de 19 anos, Funes Mori é isso. É alto, cabeceia muito bem, aguenta de costas para a baliza e não é mau tecnicamente. Atenção porque é um jogador muito interessante», considerou Passarella.

Aliás, terá sido essa convicção que terá levado o River Plate a não aceitar as condições propostas pelo Benfica em 2010/11.

Porém, depois da promessa, não houve confirmação. Ao clube chegaram nomes como Cavenaghi, Trezeguet e... Rodrigo Mora, este por empréstimo dos encarnados, como é sabido. Funes Mori começou a ter menos espaço e viveu o período mais negro da história do River Plate: a descida à segunda divisão.

Entre a estreia e a saída, FM9 fez 101 jogos pelo River Plate e marcou 22 golos. A média é de 0,21 por encontro e é por isso que, na Argentina, a maioria dos adeptos do Millonario sorri com a saída do avançado.