O proprietário dos Portland Thorns, formação que disputa a Liga norte-americana de futebol feminino (NWSL), pediu, na segunda-feira, desculpas às duas jogadoras que terão sido vítimas de assédio e coerção sexual pelo então treinador.

Merritt Paulson admitiu que a sua equipa deveria ter tido mais transparência no processo de despedimento do treinador em causa, Paul Riley, ocorrido em 2015, e considerou que tal atitude mostra «as falhas sistémicas no futebol feminino norte-americano».

«Fizemos um anúncio pouco claro sobre a não renovação do contrato de Riley, em vez de dizer explicitamente que ele estava a ser demitido», escreveu Paulson, numa mensagem divulgada na página oficial da equipa.

O proprietário da equipa do estado do Oregon refere que o anúncio do clube levou a opinião pública a acreditar que Riley, agora com 58 anos, foi dispensado devido aos maus resultados e não pelo comportamento recentemente denunciado pelas jogadoras Sinead Farrelly e Mana Shim.

Merritt Paulson esclarece que, na altura, o caso foi investigado e comunicado à NWSL, mas reconhece: «Poderíamos ter feito mais, peço desculpas à Mana, à Sinead e a todos aqueles que sofreram com este caso».

O pedido de desculpas de Merritt Paulson surge dias depois da revista The Athletic ter reportado, com testemunhos das duas antigas jogadoras, uma prática consistente de assédio e coerção sexual do antigo técnico Paul Riley.

A federação norte-americana suspendeu a licença de Riley após a reportagem sair, com acusações das antigas jogadoras Sinead Farrelly e Mana Shim, com abusos que começaram em 2011 e foram continuando ao longo dos anos, no caso da primeira.

Riley terá assediado Shim nos Portland Thorns, que treinou em 2014 e 2015, numa carreira em que passou por várias equipas norte-americanas e em que foi considerado o Treinador do Ano em 2011, 2017 e 2018.

Devido ao escândalo em torno de Riley, a NWSL decidiu não disputar jogos no fim de semana passado, e a FIFA anunciou a abertura de um inquérito.