O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol instaurou um processo disciplinar ao treinador de futebol feminino do Famalicão, Miguel Afonso. A decisão surge na sequência das acusações de assédio de várias jogadoras do Rio Ave ao técnico que orientou o clube vilacondense em 2020/21.

O CD declarou natureza urgente do processo disciplinar e determinou a suspensão preventiva não automática do treinador prevista no regulamento.

De acordo com artigo 126.º-B do Regulamento de Disciplina da FPF, o assédio sexual é punido com pena de suspensão de três meses a um ano.

Esta sexta-feira, o Famalicão já tinha anunciado «a suspensão de funções, por mútuo acordo» com o técnico. Refira-se que, na quinta-feira, os famalicenses garantiram que não tinham «conhecimento de nenhuma acusação ou denúncia às autoridades».

O técnico terá trocado mensagens íntimas com jovens entre os 18 e os 20 anos do plantel feminino vilacondense, uma situação negada pelo mesmo, que acabou por sair do clube e estava agora a treinar o Famalicão.

À CNN Portugal, Miguel Afonso disse apenas que «há algo de estranho aqui montado», reagindo mais tarde nas redes sociais, com uma breve publicação na qual agradece o apoio que tem recebido.

Rio Ave, por sua vez, admitiu ter tido conhecimento de «alguns comentários» e «abordagens despropositadas» do treinador, mas, por pedido das atletas, não deu seguimento às queixas. 

Já esta sexta-feira, antigas jogadoras do Rio Ave enviaram uma queixa anónima conjunta para a FPF contra Miguel Afonso. De acordo com a CNN Portugal, no documento constam provas de assédio sexual e de que o Famalicão foi informado sobre as acusações no dia em que contratou o técnico.