[artigo atualizado às 22h38, já com os jogos do playoff todos disputados]

A seleção feminina portuguesa garantiu um lugar no play-off Intercontinental de acesso ao Mundial 2023, ao vencer a Islândia por 4-1, após prolongamento, na segunda ronda do play-off europeu, em Paços de Ferreira.

A equipas das quinas não conseguiu já o apuramento, pois esses dois bilhetes ficaram para Suíça e Irlanda, que fizeram mais pontos entre a fase de qualificação e o playoff, mas continua na luta, agora alargada a um plano intercontinental.

FILME DO JOGO

A principal arma da equipa portuguesa na primeira parte foi Jéssica Silva. A velocidade da avançada do Benfica desestabilizou por completo as islandesas e causou vários momentos de pânico para a defesa nórdica, embora tenha faltado melhor seguimento na decisão.

Por outro lado, a resposta das islandesas surgia, como já seria de esperar, através do jogo aéreo. Mais robustas fisicamente, as adversárias da turma das quinas apostavam até nos lançamentos laterais para colocar a bola na área, graças à força de braços de Sveindís Jónsdóttir.

Depois do intervalo, veio um recomeço de loucos e houve um pouco de tudo: golos, um penálti, revisões no VAR e até uma expulsão.

A Islândia adiantou-se no marcador aos 49 minutos, num lance de alguma passividade da defesa portuguesa, já que as jogadores lusas ficaram a reclamar falta sobre Diana Silva no início da jogada. Stéphanie Frappart foi ver as imagens no monitor do VAR e não teve dúvidas em anular.

Ora, a resposta portuguesa demorou apenas três minutos. Jéssica Silva – quem mais – foi derrubada por Gunnlaugsdóttir dentro da grande área e, além de ter beneficiado de uma grande penalidade, a turma das quinas ainda ficou em superioridade numérica, já que a central islandesa viu cartão vermelho direto.

Na cobrança, Carole Costa (55m) assumiu a responsabilidade e enganou Sandra Sigurdardóttir.

Com menos uma jogadora em campo, e ao contrário do que seria expectável, a Islândia foi mais ameaçadora nos minutos seguintes e chegou mesmo à igualdade. Na cobrança de um livre, Glódís Viggósdóttir valeu-se do poderio físico e subiu mais alto no primeiro poste para cabecear de forma certeira (59m).

Mas Portugal não virou a cara à luta e foi em busca da vitória, único resultado que ainda permitia sonhar com o apuramento direto.

Jéssica Silva somou um par de boas oportunidades e, aos 79 minutos, ainda se pensou que Portugal iria beneficiar de mais uma ocasião da marca dos onze metros, mas a árbitra francesa foi chamada pelo VAR e depois de ver as imagens entendeu que Viggósdóttir não tocou a bola com a mão.

Apesar de ter apostado num «pressing» final, Portugal não conseguiu chegar ao 2-1 e as jogadoras portuguesas foram forçadas a mais 30 minutos de tempo extra.

Ora, o ímpeto manteve-se e o caudal ofensivo deu frutos logo com dois minutos de prolongamento.

Kika Nazareth, que tinha entrado aos 80 minutos e veio dar outro esclarecimento com bola, lançou a velocidade de Diana Silva, que driblou uma adversária, sentou a guarda-redes da Islândia e só teve de encostar para fazer o 2-1.

O tempo extra, de resto, foi claramente dominado por Portugal e o 3-1 chegou com naturalidade, aos 108 minutos, por Tatiana Pinto. Andreia Jacinto cruzou rasteiro para a área e Tatiana Pinto marcou de calcanhar, quando tentava dominar a bola.

O prolongamento fechou em beleza: Kika Nazareth entrou na área, sentou uma adversária, fugiu à tentação de cair quando foi tocada em falta, sentou outra islandesa e disparou para o fundo da baliza para coroar uma exibição categórica de uma equipa que se agarra à esperança de fazer história.

Os jogos do playoff intercontinental vão ser disputados entre 18 e 23 de fevereiro, envolvendo ainda as seleções da China Taipé, Chile, Tailândia, Papua Nova Guiné, Paraguai, Haiti, Panamá, Camarões e Senegal.

O sorteio está agendado já para sexta-feira, dia 14 de outubro.

Portugal já tem presença garantida numa das três finais, e já sabe também que ficará na posição A1, por ser a seleção com o melhor ranking. Jogará em Hamilton, a 22 de fevereiro, contra um adversário que saíra da meia-final disputada quatro dias antes.