Rui Mota valoriza o trabalho da equipa técnica e da estrutura que a suporta no recrutamento de vários atletas com lastro na Liga portuguesa para o Noah, entre eles os lusos Gonçalo Silva, Hélder Ferreira, Bruno Almeida e Gonçalo Gregório, que é o melhor marcador do campeonato arménio com 20 golos.

A capacidade de adaptação do “tuga” a novas realidades ajuda a acelerar o processo de integração e a quebrar barreiras num mercado até há pouco tempo totalmente desconhecido por cá.

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No Noah conta com vários jogadores portugueses. É fácil convencê-los a mudarem-se para a Arménia?

Agora é, mas antes não. O projeto não era muito conhecido, tal como o país. Havia uma dúvida normal. Teve de ser muito à base da confiança deles em mim. Para cativar jogadores para este contexto, houve um trabalho de muito esforço pessoal, meu, da equipa técnica e de todas as pessoas que estiveram envolvidas no recrutamento destes jogadores, para que eles percebessem claramente o projeto, que era sólido e fiável, num país que tem segurança, que é um aspeto muito importante. E que vinham para poder chegar a outros patamares na carreira, que até aí não tinham conseguido. Ao início, havia alguma desconfiança, que é normal. Também houve comigo, mas em boa hora eles vieram. Acho que, hoje, eles estão muito satisfeitos por terem decidido vir para o Noah e orgulhosos pelo trajeto que têm feito até agora.

E eles adaptaram-se bem à realidade que encontraram na Arménia?

O “tuga” chega a qualquer lado e desde que tenha os mínimos consegue adaptar-se. Fizeram-no muito bem e gostam de cá estar. Ainda quando recrutámos o Zolotic e o Bruno (Almeida), os jogadores que cá estavam transmitiram-lhes confiança para virem, o que foi muito importante.

O melhor marcador da Liga é o Gonçalo Gregório, que em Portugal não passou da II Liga. Esta época serve como reconhecimento da sua qualidade?

Obviamente, o talento, o trabalho e o profissionalismo são muito importantes, mas às vezes é uma questão de oportunidade e do contexto. O Gonçalo veio encontrar aqui uma equipa que percebeu a sua forma de jogar e entende a melhor forma de o servir. Para um ponta de lança isso é fundamental. Acabou por se adaptar muito bem à nossa matriz de jogo e tem feito uma belíssima época. Com muito agrado o vejo à frente dos melhores marcadores do campeonato. Se calhar, está na sua fase mais áurea, mais maduro.

Cristiano Ronaldo também é um ídolo por aí?

Claramente. Há uns dias, tínhamos acabado o treino e passaram uns miúdos para o treino nas escolas de formação. Era engraçado porque víamos camisolas do Ronaldo da seleção, do Real Madrid, do Al Nassr… Predominava o nome do Cristiano Ronaldo face ao Messi, por exemplo, que é o grande rival.