Os futebolistas Papu Gómez, Ivan Rakitic, Lucas Ocampos, Nico Pareja, Alberto Moreno e Javier Saviola, todos com passado no Sevilha, estão acusados pela justiça espanhola de terem promovido um esquema fraudulento relacionado com criptomoedas e NFT (tokens não fungíveis). Em causa estará um valor superior a três milhões de euros, ainda que a apuração do mesmo continue em constante atualização.

A denúncia, apresentada por 12 de um conjunto de milhares de vítimas, visa a empresa Shirtum Europa, S.L.U., acusada de fraude na venda de NFT de futebolistas reconhecidos internacionalmente. Os empresários David Rozencwaig, Manel Ángel Torras, Marc Alberto Torras e Manuel Morillas, ligados à empresa, estão indiciados de crimes como fraude e desvio de fundos.

A empresa nunca lançou uma aplicação prometida para criar e comercializar NFT de futebolistas e está igualmente acusada de vender NFT falsos. Para além disso, os empresários ter-se-ão apropriado do dinheiro gerado com o esquema, alegando terem sido roubados e alvos de um ataque informático.

Quanto aos jogadores visados na denúncia, são acusados de promoverem a compra de NFT, que se resumem a imagens ou vídeos com o rosto de um futebolista, a preços aproximados de 350 euros cada.

Em compensação, receberiam um valor através da criptomoeda que seria criada pela Shirtum, o token SHI, que acabou por não ter qualquer valor comercial. Ainda assim, e de acordo com o jornal El Periódico, Lucas Ocampos terá revelado aos queixosos que nunca recebeu qualquer criptomoeda pela Shirtum a troco da utilização da sua imagem no projeto.

Papu Gómez, campeão do mundo pela Argentina em 2022 e que cumpre um período de suspensão de dois anos por ter testado positivo num controlo antidoping, é uma figura central neste caso.

Em setembro de 2021, numa conversa com David Rozencwaig, um dos fundadores da Shirtum, publicada no Youtube, Papu Gómez dizia mesmo: «O facto de estar aqui e de me deixar ver é para demonstrar que há um projeto sério por trás. Damos (os jogadores) a cara por ele e somos responsáveis ​​pelo que fazemos». O vídeo acabaria por ser eliminado daquela plataforma um ano depois.

«Tendo em conta a sua popularidade e reputação futebolística (dos jogadores que publicitaram o projeto), muitos investidores confiaram no projeto», pode ler-se na acusação, citada pelo jornal espanhol El Periódico.