Confirmada a desclassificação do Club León, resta perceber quem irá ocupar a vaga do emblema mexicano no Mundial de Clubes. A resposta terá de ser dada pela FIFA, em tempo oportuno, mas, analisando os regulamentos, é possível avançar com o Alajuelense, da Costa Rica, como a possibilidade mais forte.
A explicação é complexa, mas lógica. Segundo as regras de acesso ao torneio, que se joga no próximo verão, nos Estados Unidos da América, cada país poderá ser representado por um máximo de duas equipas, tendo como base o ranking de clubes de cada confederação, salvo se outro tenha vencido a principal competição continental de clubes entre os anos de 2021 e 2024.
Foi precisamente por essa via que o Club León se apurou para o Mundial de Clubes, depois de ter vencido a Liga dos Campeões da CONCACAF, em 2023.
Como o México já está representado pelo Monterrey e o Pachuca, o “culpado” pela desclassificação do Club León, é lógico assumir que não deverá ser possível integrar mais um emblema mexicano na competição.
Caso a FIFA opte por substituir o Club León por outro clube da CONCACAF, será necessário olhar para o ranking de clubes da confederação da América do Norte, que é dominado por equipas mexicanas e dos Estados Unidos da América. E aqui há outro entrave, já que o país anfitrião também conta com dois representantes, os Seattle Sounders e o Inter Miami, adversário do FC Porto no Grupo A.
Porém, há um outro dado a ter em conta nesta intrincada situação. Novamente de acordo com os regulamentos, o número de vagas para equipas da CONCACAF está limitado a quatro. Sem o Club León, sobram Monterrey, Pachuca, Seattle Sounders e Inter Miami.
Só que a equipa onde joga Lionel Messi acedeu ao torneio com base numa regra distinta, tendo garantido a vaga por ter sido a melhor equipa da fase regular da MLS em 2024. Isso jogará a favor das pretensões do Alajuelense, o primeiro clube que não norte-americano ou mexicano no ranking da CONCACAF (15.º lugar), que, com essa regra em conta, acredita que a sua integração na prova não viola os limites de acesso por confederação impostos pela FIFA.
Aliás, a investigação à multipropriedade de Club Léon e Pachuca foi espoletada por uma queixa feita pelo Alajuelense, que há muito defende o direito a um lugar na primeira edição da história de um Mundial de Clubes nestes moldes. O emblema, onde o ex-Sporting Bryan Ruiz começou e terminou a carreira, é também bicampeão em título da Central American Cup.
Entretanto, Flamengo, Chelsea e Espérance Sportive de Tunis continuam a aguardar por um novo adversário no Grupo D da fase inicial do Mundial. Resta perceber como irá a FIFA resolver o caso.