O Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) apresentou, esta quinta-feira, um «projeto estruturante» de saúde mental, apelando aos jogadores que não se remetam «ao silêncio e isolamento».
 
Trata-se de uma nova parceria estabelecida entre o SJPF, a Sociedade Portuguesa de Psicologia no Desporto e a Federação Portuguesa de Futebol, que tem o intuito de ajudar todos os futebolistas que sofram de perturbações mentais e não só.
 
«Estamos muito atentos aos problemas que afetam os jogadores. Daí o facto de já termos feito diversas parcerias com outras entidades. Precisamos de estabelecer um plano para a saúde mental do jogador», referiu o presidente do organismo, Joaquim Evangelista, na apresentação do projeto que decorreu no Museu do Desporto.
 
Segundo o dirigente as causas que provocam diretamente perturbações mentais aos futebolistas são os finais abruptos de carreira, o desemprego, os salários em atraso, os problemas de relacionamento com dirigentes e treinadores, os divórcios litigiosos, entre outros.
 
«Os jogadores têm tendência para se isolarem, sentem vergonha em revelar os seus problemas. Acabam por cair no isolamento e, em muitos casos, nem interagem com os familiares e amigos mais chegados», comentou Evangelista.
 
Bernardo Tengarrinha, jogador que abandonou recentemente o futebol com apenas 28 anos, devido a um linfoma de Hodgkin, é o embaixador do projeto e «será o interlocutor direto dos jogadores», mas o Sindicato terá vários delegados e membros da direção que «farão os contactos diretos com os clubes e os atletas dentro do maior sigilo profissional».