Bebé foi um dos protagonistas da caminhada da seleção de futsal rumo ao título mundial, conquistado no domingo, na Lituânia.
O guarda-redes, de 38 anos, foi o guardião mais utilizado e, sobretudo na final, defendeu quase tudo o que havia para defender.
Na chegada a Portugal, em declarações aos jornalistas na Cidade do Futebol, Bebé lembrou os instantes finais da partida com a Argentina e o calafrio de levar com uma bola no poste, a quatro segundos do fim.
«Eu só queria que o tempo corresse, mas ele estava constantemente a parar. E depois aquela bola no poste, que vai ter com o Erick que a chuta para a frente e aí pensei: ‘este título já não nos foge’. Passaram-me tantas coisas pela cabeça, mas o principal é que o objetivo foi cumprido», começou por dizer.
Bebé recordou ainda as primeiras imagens que lhe vieram à cabeça, com os familiares em destaque.
«A primeira coisa que me passou pela cabeça foram as pessoas que viveram comigo estes quatro ou cinco anos em que lutei para estar neste Mundial: a minha mãe, a minha mulher, os meus filhos e os treinadores. Com 38 anos, eu sabia que seria complicado. Mas acreditei, trabalhei e fui à luta. Sem essas pessoas, eu não estaria aqui com esta medalha tão desejada», continuou.
O jogador que há quatro anos trocou o Benfica pelos Leões de Porto Salvo recordou as dificuldades que tem vivido desde que deixou de ser profissional, e recordou que é o único dos campeões do mundo que não se dedica exclusivamente ao futsal.
«Na minha carreira, o momento mais difícil que vivi foi quando saí do Benfica. Foram 11 anos… Ir para uma realidade nova, no Leões de Porto Salvo, que me receberam muito, muito bem. Mas eu sabia que o nível ia baixar um bocadinho e que eu teria de lutar contra isso», declarou, antes de explicar o seu dia-a-dia.
«Acordo às 6h30 para ir treinar, depois vou trabalhar durante o dia e volto a treinar à noite. Sou o único não profissional deste grupo e, para mim, este título tem um sabor muito especial», resumiu.