A próxima edição do Lisboa-Dacar pode começar a ser desenhada esta segunda-feira em Rabat quando os ministros dos Negócios Estrangeiros do Grupo dos 5+5, que reúne os países do Sul e Norte do Mediterrâneo, analisarem a anulação da 30ª edição da histórica prova devido a alegada ameaça terrorista.
Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, advertiu esta semana para o risco de se abrir um precedente para outros eventos desportivos internacionais, reforçando a ideia de que seria «inaceitável» que estes incidentes afectem o futuro do rali.
Dakar: governo francês não paga prejuízos
A França será a mais cautelosa, voltando a insistir na falta de segurança dos seus cidadãos no trajecto da prova. Para os países do Norte de África o fim do rali constituiria um «adeus» definitivo a uma das provas mais emblemáticas do continente e uma importante cedência à ameaça de grupos terroristas.
A Lagos Sport, empresa portuguesa responsável pela partida do rali desde 2006, vai ser um espectador atento à reunião de Rabat. O empresário João Lagos, o maior promotor de eventos desportivos em Portugal, garantiu à Agência Lusa a firme disposição de assumir a organização do rali, caso a Amaury Sports Organization (ASO), actual responsável pelo evento, sinta «falta de condições» para manter a organização, embora admita a continuação da parceria em 2009.
João Lagos também está disposto a estender a parceria a uma eventual nova prova na América do Sul, envolvendo países como o Chile, Argentina ou Brasil, mas sem a chancela do mítico nome «Dacar».