No final da primeira parte, Oblak era uma das figuras desta final de Leiria . O que diz muito do que foi o Rio Ave em 45 minutos. O guarda-redes do Benfica foi o último guardião do castelo encarnado e decisivo para que a equipa saísse para o intervalo com vantagem. Uma defesa a abrir o jogo e outra em cima do descanso sublinhavam a exibição do esloveno, mas também o perigo que os vila-condenses causaram. Pelo meio, um golo de Rodrigo, numa bola parada, a melhor arma do Benfica nos 45 iniciais, e fatal nos segundos.
O mérito foi verde e branco. Desde o apito inicial que a estratégia montada passou por não dar descanso ao Benfica. A equipa da Luz teve sempre de apressar-se na primeira fase de construção. Garay, Luisão e Ruben Amorim formavam o já habitual tridente nesse primeiro momento, mas quase sempre foram obrigados a jogar para a frente, ou seja, não tinham tempo para serem mais pausados e mais pensativos. Um problema que afetou também Enzo Pérez.
O Benfica costuma jogar ao ritmo do 35, mas a pressão, sempre com muita gente em torno do local da bola, retirou tempo e espaço. Com isso, o Rio Ave também conseguiu apanhar o adversário em contrapé nalgumas ocasiões. Exemplo: Pedro Santos apareceu solto nas costas de Siqueira logo aos cinco minutos. Oblak salvou a equipa com uma defesa incrível. O Rio Ave era, por essa altura, melhor que o campeão nacional, numa entrada surpreendente que se prolongou por mais alguns minutos.
O Benfica equilibrou, porém. Começou a ganhar terreno. Ganhou lançamentos junto à área, contrária e faltas. Num livre, Rodrigo atirou ao lado. O hispano-brasileiro estava a aquecer, como a equipa, para o que vinha lá mais à frente. Pelo meio, os verdes e brancos assustaram de novo, num canto batido por Pedro Santos, por esta altura o melhor no relvado.
As dificuldades na saída até aí apresentadas foram ultrapassadas por Siqueira ao minuto 40. O brasileiro deu um jeito de furar linhas e na melhor jogada do primeiro tempo, Rodrigo concluiu um trabalho coletivo soberbo. Ao contrário do remate do 19, que encontrou Ventura. No canto consequente, Rodrigo fez o 1-0 que virou todo o jogo, apoiado em nova grande defesa de Oblak a remate de Ukra, em cima do intervalo.
Avisado, o Benfica mudou no balneário. Meteu muito mais gente a recuar para ajudar na construção e serenou. Enzo Pérez finalmente conseguiu transportar jogo, Rodrigo soltou-se e, aos poucos, a maré vermelha que se viu em Leiria rumava também no relvado para junto da baliza de Ventura. Se Oblak tinha saído como uma das figuras no primeiro tempo, o guardião do Rio Ave tinha deixado a equipa de Vila do Conde pelo menos com esperança: fez mancha a Lima e depois retirou um golo a Gaitán.
Falhou, porém, no 2-0. Luisão transportou toda a equipa para a frente e ganhou uma falta. Noutra bola parada, um livre, o capitão surgiu bem alto a cabecear para uma baliza onde não estava Ventura. Nesse minuto 78, confirmava-se. A Taça da Liga seria encarnada pela quinta vez na História. E confirmava-se também que o bom Rio Ave do primeiro tempo nunca apareceu no segundo, mesmo que Espírito Santo tenha dado novo fôlego ao ataque.
O Benfica entrou mal e acabou bem, tão bem que ainda desperdiçou maior vantagem no final. E como aprendeu outra coisa para além do resultado das finais da época passada, perfilou-se e fez uma guarda de honra aos vencidos. Recebeu honra igual de seguida. É que estas coisas também contam.
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