Football is coming home. A frase da música da banda The Lighning Seeds ecoa cada vez mais alto à medida que a Inglaterra avança no Mundial 2018. Este sábado, a seleção de Gareth Southgate selou o regresso a uma meia-final de um Campeonato do Mundo 28 anos depois.

Uma vitória em que a força área inglesa foi decisiva: dois golos de cabeça, primeiro Maguire e depois Alli atiraram os gigantes suecos ao tapete.

Houve pouco para contar nos primeiros trinta minutos. O jogo foi pouco interessante, sem dúvida. A Inglaterra apresentou-se no esquema habitual (3x5x2) e foi dona e senhora da bola. Construiu a partir de trás, envolveu Trippier e Young no processo ofensivo, mas encontrou uma muralha amarela difícil de invadir.

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Ao contrário dos ingleses, a Suécia agarrou-se ao estilo tradicional: recuperação de bola e pontapé longo à procura de Toivonen e Berg. A fórmula que tanto sucesso trouxe durante esta competição não surtiu efeito, muito por culpa da teia montada por Maguire, Walker, Stones e Henderson. Intratáveis pelo ar, não deram um milímetro de espaço à dupla de avançados sueco.

O contra-ataque foi a primeira arma utilizada pela Inglaterra para conseguir chegar à baliza de Olsen. Sterling saiu disparado, ultrapassou Larsson e deixou a bola para Kane. O pontapé saiu forte, mas errou o alvo (19’).

Foi preciso recorrer à força área, porventura a maior arma inglesa na Rússia. Pontapé de canto de Young e cabeçada mortífera do defesa do Leicester. Oitavo golo de bola parada da Inglaterra neste Mundial, o melhor registo desde 1970.

O golo libertou a Inglaterra. Os espaços começaram a surgir com naturalidade e, consequentemente, as oportunidades também. Que o diga Sterling. O avançado do Manchester City teve os golos nos pés, quando surgiu na cara do guarda-redes contrário. Permitiu a defesa de Olsen o que significou uma falta de respeito ao passe sensacional de Kane no início do lance (45’).

Na segunda parte soltou-se o caça chamado Pickford. O guarda-redes inglês travou todos os ataques da Suécia, sempre a partir do ar. O voo efetuado para negar o golo a Berg foi delicioso (47’). Os vikings não marcaram e acabaram por sofrer, outra vez num golpe aéreo.

Minuto 60. Paciência da Inglaterra, circulação a toda a largura. Trippier recebeu e devolveu a Lingard que, de primeira, colocou Alli na cara de Olsen. O médio do Tottenham limitou-se a cabecear e a abrir caminho para as meias-finais. Tornou-se no segundo inglês mais jovem de sempre a marcar num Mundial, depois de Michael Owen.

A Suécia arriscou tudo na procura de encurtar o resultado. Pela frente, contudo, encontrou Jordan Pickford, praticamente intransponível. Claesson (63’) e Berg (72’) sentiram isso mesmo. O jovem de 24 anos já é uma das figuras deste Mundial, aparentemente destinado a ser a competição dos guarda-redes.
Os ingleses limitaram-se a gerir a bola à espera que o apito final soasse. A indicação do banco foi mesmo essa, com as entradas de Dier e Delph.

28 anos depois, a Inglaterra está de volta a uma meia-final de um Mundial e espera o vencedor do duelo entre Rússia e Croácia.