Na estreia de Pontes, o Sporting viu a distância para os rivais alargar-se.

Agora sem Marcel Keizer, demitido depois da derrota em Alvalade com o Rio Ave, os leões empataram esta noite ao Bessa e estão já a quatro pontos dos rivais Benfica e FC Porto e a um do Boavista, que é 4.º classificado e se manteve como única equipa invicta, juntamente com o líder Famalicão.

No primeiro jogo como treinador do Sporting, Leonel Pontes, que ao longe até faz lembrar o antecessor, apresentou um 4-3-3 e promoveu a estreia absoluta do avançado Bolasie e do lateral Rosier, que fez com o extremo Plata (pela primeira vez titular) um novo corredor direto.

Por sua vez, Lito apresentou-se com três centrais – Fabiano, Ricardo Costa e Neris –, projetando os laterais Carraça e Marlon.

Boavista-Sporting,1-1: ficha e filme do jogo

O prémio axadrezado veio logo no início. Recuperação rápida de Rafael Costa valeu um livre e cartão amarelo para Wendel. Marlon tirou as medidas e do meio da rua atirou de pé esquerdo junto ao poste, sem hipóteses para o recém-papá Renan.

Livre e direto. Assim estava o Boavista na frente. E daí em diante bastou dar a iniciativa a um Sporting absolutamente previsível. O Boavista fechou-se, ocupava melhor os espaços, era mais rápido sobre a bola e jogava no erro do adversário, que contou com pouco mais do que o poder físico de Bolasie para causar perigo na primeira parte.

Prova desse domínio estéril era a estatística ao intervalo: mais do dobro da posse de bola (68%-32%) para os leões, mas os mesmos remates à baliza (cinco para cada lado).

Lito, mestre do ferrolho, manteve a estratégia para a segunda parte. Defesa numerosa e Yusupha (mais tarde Mateus), Sauer e Stojiljkovic a tentarem explorar os 50 metros que tinham pela frente para matarem o jogo.

Sem espaço, o Sporting chegaria ao empate também de bola parada. Por Bruno Fernandes, claro, num livre cruzado que, com desvio de Sauer, acabou por trair Bracali.

Boavista-Sporting, 1-1: destaques do jogo

Ora, o capitão do Sporting, acabaria por ser expulso já perto do final, por acumulação de cartões, e até ao soar do apito foi o Boavista a estar mais perto do segundo.

Bastou um golpe da pantera para travar este novo leão que ainda gatinha. Um golo e um ponto para cada lado.

Desde que o Boavista regressou à elite do futebol português, em 2014/15, só havia empatado uma vez (e perdido 10) em onze duelos com o Sporting. Esta noite, voltou a conseguir um empate. Merecidamente.

Sem Luiz Phellype, o único ponta-de-lança de raiz, e Vietto, ambos lesionados, o leão caçou com gato. Sem garras e com um futebol desgarrado saiu do Bessa sob um coro de assobios dos próprios adeptos, que não pouparam insultos até ao presidente.

Mesmo com tantas caras novas, o Sporting continua a jogar pouco, previsível e sem ideias ou sequer entrosamento.

Keizer já não está para ser responsabilizado e adensa-se a dúvida: terá Pontes ombros para arcar com tamanha responsabilidade?