Os campeões nacionais mostraram-se pela primeira vez nesta pré-época a público, depois de vitórias ante Varzim (8-0), Espinho (4-0) e Académica (3-0), todos estes jogos no Olival e à porta fechada. Neste teste, o mais exigente até ao momento, as ilações não foram as melhores. Os algarvios não deixaram os dragões imporem-se de forma vincada. Foi evidente a dificuldade dos dragões em contrariar a falta de espaços e a pressão dos algarvios. A isto, falta de rigor defensivo a custar dois golos.

Percebem-se as razões de Conceição pedir com insistência o reforço, principalmente da defesa. E de encontrar um substituto ao nível de Marcano, na zona central. Ainda que só agora tenha sofrido os primeiros golos nesta fase da preparação, perante um Portimonense de qualidade, agora com António Folha.

O treinador do FC Porto apresentou apenas duas novidades no onze inicial, ambas no setor defensivo: João Pedro, lateral-direito proveniente do Bahia. E Chidozie, central nigeriano de 21 anos que na última temporada jogou no Nantes, emprestado pelos dragões.

No Portimonense, um onze sem reforços. Ficaram todos no banco: Yuta Koike, Rafael Barbosa e Iago Oliveira. Novidade no Portimonense é o sistema tático que Folha está a implementar: 3x4x3, que em ação defensiva passa a 5x4x1. Com um central livre - Jadson - os outros dois elementos do centro da defesa marcaram os dois avançados que Conceição fixou na zona: Marcel vigiou Soares e Ruben Fernandes ocupou-se de Marega. Hackman, na direita e Manafá, na esquerda, fecharam os corredores, com os extremos Tabata e Nakajima no apoio a Pires, o mais adiantado. Pedro Sá e Dener preencheram a zona intermédia.

No 4x4x2 de Sérgio Conceição, além da dupla já referenciada que atuou entre os centrais do Portimonense, as alas ficaram entregues a Otávio (direita) e Brahimi (esquerda) com Sérgio Oliveira e Óliver no miolo. Na defesa, João Pedro e Alex Teles foram os laterais e Chidozie fez dupla com Felipe, no centro.

O espaço que o Portimonense retirou aos campeões nacionais condicionou ações ofensivas, obrigando muitas vezes a recuar e recomeçar a construir. Até ao intervalo, só através do génio de Brahimi os dragões criaram situações de perigo para a baliza de Ricardo Ferreira. Ambas foram desperdiçadas por Soares - a primeira com mérito de Ricardo Ferreira e segunda por falta de pontaria do avançado brasileiro. Marega não teve bola e nas poucas vezes que a teve foi anulado por Ruben Fernandes.

FICHA E FILME DO JOGO

Se a atacar o FC Porto não concretizou, a defender cometeu deslizes que valeram dois golos aos algarvios. Em transições rápidas, Pires e Tabata surgiram com facilidade na cara de Casillas para finalizarem. Em ambas, denominador comum: ganho de posição nas costas de Alex Telles e dos centrais.

No reatamento, Conceição operou cinco substituições: entraram Diogo Leite, Hernani, Waris, Aboubakar e André Pereira. Chidozie, Brahimi, Otávio, Soares e Marega já não voltaram. No Portimonense, Folha substituiu Marcel e Tabata por Felipe Macedo e Wellington.

Os esquemas não se alteraram. Nem as dificuldades dos campeões nacionais em contrariar o curso do jogo. Ainda assim, o FC Porto ameaçou por André Pereira, que de primeira atirou ao poste esquerdo da baliza do Portimonense, após cruzamento de Alex Telles (50m).

Com inúmeras substituições, o jogo ficou partido, houve mais espaço e surgiram boas oportunidades para os dois lados, com Hernâni em destaque nos dragões. A lucidez defensiva do Portimonense também já não era a mesma e o FC Porto acabaria por reduzir. André Pereira finalizou na pequena área, desviando um cruzamento em esforço de Oleg, junto à linha de fundo.

Faltavam oito minutos para o final e os dragões acreditaram que podiam evitar a derrota. Adrián Lopez teve nos pés essa possibilidade, a dois minutos dos noventa, mas não conseguiu enganar Leo, depois de se isolar pelo centro.