No final da reunião desta manhã (sexta-feira) entre representantes do Sporting, Ministério da juventude e desporto e Câmara Municipal de Lisboa para discutir o projecto de acessibilidades do estádio de Alvalade para o Euro-2004, todas as partes envolvidas se mostravam satisfeitas com os desenvolvimentos da discussão. 

«Há um perfeito entendimento do que é responsabilidade do Estado, da Câmara e do Sporting e as obras vão começar no princípio de Dezembro», disse Dias da Cunha, presidente do clube leonino, no final do encontro. Ainda não há datas marcadas para a assinatura dos protocolos, mas segundo o dirigente agora «é uma questão de redacção» e «é como se estivessem assinados».  

Quanto a verbas, Dias da Cunha diz não estar preocupado, porque, diz, o Sporting tem «a montagem financeira feita». O presidente do clube diz que se necessário serão feitos investimentos, mas «à medida que as obras forem avançando o dinheiro vai aparecer».  

Os números em cima da mesa são apenas estimativas. Segundo o presidente do clube, a verba para acessibilidades ronda os três milhões de contos e Dias da Cunha espera que estes números não sejam ultrapassados. 

Inicialmente falou-se em cinco milhões de contos, mas um dos investimentos não será incluído neste pacote. Uma das obras que será levada a cabo é o prolongamento do nó norte-sul junto ao Estádio de Alvalade. Orçada em 1,8 milhões de contos, a infra-estrutura irá beneficiar toda a área em que se insere e os encargos financeiros não vão fazer parte do dossier Euro 2004.  

Armando Vara, ministro da juventude e desporto, diz que o «Sporting tem condições para iniciar as obras quando entender».  

O ministro revelou ainda que «na próxima segunda-feira vai realizar-se uma reunião semelhante no Porto, com a Câmara Municipal do Porto, F.C. Porto e Boavista e durante a semana serão estabelecidos contactos com a Câmara de Braga e, em princípio, a Câmara de Guimarães».  

O ministro não deixa de referir a importância das obras acordadas, que na sua opinião «vão permitir não só a modernização das infraestruturas desportivas, mas também em termos de comunicações e acessibilidades». 

Machado Rodrigues, vereador do tráfego da Câmara de Lisboa, também se mostrava à saída da reunião satisfeito com as medidas tomadas.  

Encontro dos três grandes é «normal» 

À margem do dossier Euro 2004, o encontro dos presidentes das SAD dos três grandes é um facto encarado, tanto por Dias da Cunha como pelo ministro Armando Vara, como «normal», «que pode ser proveitoso» e «um passo muito significativo».  

Dias da Cunha disse desconhecer de quem partiu a iniciativa, mas garante que esta «é a continuação de um relacionamento, que no que diz respeito ao F.C. Porto e Sporting, já vem de trás». «Compete aos dirigentes das SAD divulgar os pormenores», disse Dias da Cunha, mas em cima da mesa estará por certo «a classificação internacional do futebol português que é algo que ultrapassa as três SAD». 

Armando Vara diz manter-se ao corrente destas reuniões, mas não especificamente desta. O ministro diz saber os problemas que estão na mesa e que compreende as preocupações dos clubes. Considera que a sua presença no encontro entre os dirigentes não era necessária já que «existe uma tradição de autonomia no movimento associativo» que deve ser mantida e se possível ampliada.  

«Às vezes, a presença exagerada do Estado só complica», disse Armando Vara, acrescentando que o Estado estará pronto a intervir sempre que isso lhe for solicitado ou for obrigado a intervir.