João Manuel Nabeiro, presidente demissionário do Campomaiorense, não esconde a sua tristeza pela situação que o seu clube está a viver. Contactado pelo Maisfutebol, Nabeiro recordou «os 12 anos» durante os quais conduziu os destinos da colectividade de Campo Maior e confessou a sua desilusão pela «forma injusta como os sócios me têm tratado».
«Talvez as pessoas tenham memória curta, mas a verdade é que dei 12 anos a este clube, num período decisivo para o Campomaiorense. As pessoas não se podem esquecer que Campo Maior tem 10 mil habitantes, tem uma realidade pequena... Temos todos que fazer uma reflexão sobre o que se está a passar e não continuar a viver acima das nossas possibilidades», apontou.
Recorde-se que João Manuel Nabeiro assumiu, há alguns meses, que a sua intenção era terminar com o futebol profissional em Campo Maior, depois de concluir que não valia a pena continuar a gastar dinheiro com «contratações e salários altos», não conseguindo o objectivo da subida. A aposta será na formação e num projecto que comece do zero, investindo na captação de jovens valores da região, construindo um projecto pela base, projecto esse que poderia voltar a colocar o clube na I Liga num prazo de sete anos.
«É muito mais realista fazer um recuo do que continuar a gastar acima das nossas possibilidades», insiste João Manuel Nabeiro. «Há que acabar com o despesismo», aponta, lembrando outros exemplos do nosso futebol. «Para mais, Campo Maior tem os problemas da interioridade e do facto de ter uma dimensão pequena. Convém que as pessoas não se esqueçam disso...»
«Sou um filho da terra, estarei sempre disponível...»
Perante o cenário de constante impasse, João Manuel Nabeiro não coloca de parte uma eventual continuidade à frente do clube, depois da desistência do seu primo e rival, Manuel António Nabeiro: «Sou um filho de Campo Maior. Estarei sempre disponível para ajudar o clube, se for essa a vontade das pessoas... Este clube tem umam solução e convém lembrar que atempadamente apresentei o meu projecto ao presidente da Assembleia Geral, precisamente para não acontecer o que está a acontecer agora. É preciso que haja tempo para que as coisas se concretizem e temos que evitar estes impasses. Tenho um projecto. Já o apresentei, a tempo e horas, e falta saber se as pessoas o vão querer».
Por enquanto, João Manuel Nabeiro limita-se a gerir as tarefas essenciais do clube, não tendo, enquanto o impasse perdurar, funções executivas.
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