Eis a primeira vitória africana neste Campeonato do Mundo no fecho da jornada inaugural.

O Senegal venceu a Polónia por 2-1 e conservou a invencibilidade em jogos de fases finais de Mundiais (no tempo regulamentar), após 16 anos afastado do maior palco do futebol mundial.

As cores e a animação das bancadas não foram transportadas para o relvado pelas duas nações, pese embora os três golos e a indefinição quanto ao vencedor até aos instantes finais. Polacos e senegaleses proporcionaram um espetáculo cinzento e pouco interessante, especialmente no primeiro tempo.

O único remate enquadrado à baliza surgiu ao minuto 38 (!) para ter bem a noção. E, curiosamente, resultou no primeiro golo da tarde. Jogada de ataque rápido – típica em equipas africanas – com Niang a ganhar o duelo a Piszczek e a deixar a bola em Mané. O avançado do Liverpool aguentou e esperou a chegada de Gueye que viu Cionek mudar a direção do remate e deixar Szczesny pregado ao relvado. A bola entrou caprichosamente na baliza polaca para gáudio dos homens de verde.

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O golo prometia tornar o jogo mais interessante e foi o que sucedeu na etapa complementar. Com a exceção do autogolo de Cionek, o futebol apresentado pelas duas equipas pouco empolgou. Demasiadas bolas perdidas, números assustadores de passes transviados e nenhuma oportunidade de golo.

Adam Nawalka apercebeu-se das dificuldades da sua equipa – mais desconfortável em campo do que o Senegal – e lançou Bednarek para o lugar de Kuba. O desenho tático do conjunto europeu alterou-se e as melhorias foram notórias. Permitiu mesmo que Lewandowski aparecesse no encontro: ultrapassou Koulibaly em velocidade e foi travado por Sané. O livre frontal cobrado pelo avançado polaco encontrou as luvas de N’Diaye.

Estavam jogados apenas cinco minutos da segunda parte e a Polónia já mostrara mais argumentos ofensivos do que em meia parte. Sete minutos depois, Piszczek – agora a atuar como ala – surgiu na área e atirou ao lado.

No melhor período da Polónia no jogo, houve uma sucessão de erros que praticamente entregou a vitória ao Senegal. Tudo começa em Krychowiak. O médio do PSG tentou um atraso do meio-campo ofensivo para Bednarek, porém, o passe saiu com demasiada força. Niang, que tinha acabado de ser assistido fora do campo, recebeu ordem de entrada e desatou a correr antecipando-se ao defesa do Southampton e ao próprio Szczesny, que calculou mal a saída. Limitou-se a conduzir a bola até entrar na área e empurrou-o para a baliza deserta.

O único mérito que se pode apontar à Polónia, no meio de uma exibição frustrante e aquém do esperado, foi o facto de não ter virado à cara à luta. Continuou a tentar. Milik falhou a emenda em zona privilegiada (71’), mas perto do minuto 90 viu o seu esforço premiado. Krychowiak redimiu-se do erro no lance do 2-0 e aproveitou o centro perfeito de Grosicki e cabeceou para o 2-1.

O Senegal mostrou o seu lado cínico, guardou a bola, esperou o passar do tempo e segurou o triunfo. Os Leões de Teranga deixaram também o grupo virado do avesso, colando-se ao Japão no topo e deixando a Polónia e a Colômbia em risco de ficarem de fora, já que se vão defrontar na próxima ronda. Os polacos vão ter, obrigatoriamente, de mostrar muito mais para baterem os cafeteros

A história dos Campeonatos do Mundo volta a ser escrita em tons de verde.